Virando Páginas
A batida de 00:00
Em primeiro de janeiro de 2020 ninguém esperava que no ano seguinte não ocorresse a Lavagem do Kimarrei
Apesar de nada especial acontecer na noite de ano novo, e falo aqui de algo além das festas, ela traz a sensação de novas possibilidades. É um recomeço, a chance de fazer diferente, de se permitir, de inovar. Fazemos listas de objetivos, compromissos e metas, revisamos os tópicos do ano anterior – muitos não alcançados – e prometemos que a partir da meia noite tudo será diferente.
A verdade é que, assim como acontece com as demais datas comemorativas, como formatura e aniversário, não é aquele momento específico que nos fará mudar ou melhorar ou agir diferente nos dias seguintes. As mudanças acontecem aos poucos, com dedicação e algumas derrotas. Entretanto, correndo o risco de soar clichê, a COVID 19 nos mostrou a importância da construção contínua de boas relações, assim como a existência do inesperado ser, na verdade, um fato na vida.
Por exemplo, em primeiro de janeiro de 2020 ninguém esperava que no ano seguinte não ocorresse a Lavagem do Kimarrei. Depois de 33 anos, o que já era tradição para milhares de pessoas se tornou uma lembrança boa e uma expectativa para 2022. O cancelamento da lavagem provocou alterações na rotina dos frequentadores assíduos do evento, que, muito provavelmente, buscaram outras atividades para realizar no dia da Confraternização Universal: quem sabe uma visita à Cachoeira do Acaba Vida ou um passeio pelo Cais.
Páscoa, São João, jantares, saídas, encontros de fim de ano, Natal, Réveillon. Os eventos sociais e familiares foram repaginados em 2020, com novos costumes sendo criados – ou incluídos – no dia a dia das pessoas. Ensino remoto, home office e reformas para transformar um espaço esquecido num escritório improvisado entraram nas vidas de algumas famílias levando consigo convidados inconvenientes como a depressão, o isolamento e a síndrome de burnout.
Algumas transformações foram tão impactantes que, no início da pandemia, 2020 se mostrou O momento, A tal virada que faria a sociedade pensar coletivamente, valorizar os momentos em grupo, aprender a se respeitar e priorizar vidas. E agora, depois que realmente mudamos nosso calendário de mesa e vimos diversas imagens mostrando 2021 como o ano em que aplicaríamos tudo que aprendemos ao longo do sofrido ano anterior, o que temos? Para muitos, a repetição do comportamento que tínhamos antes da pandemia. Aparentemente, A tal virada ainda não chegou.
Com isso, finalizo a primeira coluna de 2021 desejando a vocês, leitores e leitoras, as frases prontas que tão bem conhecemos: um próspero ano novo, felicidade, saúde e sucesso. Por fim, que não esperemos o relógio bater 00:00 para promovermos mudanças.
Luara Batalha
Baiana com mais de 10 livros publicados em sua área, Luara Batalha é engenheira civil, mestre em engenharia de estruturas e atua com ensino e pesquisa. Sempre dedicou parte do seu tempo a expressões artísticas e desde cedo se descobriu uma leitora voraz, mergulhando em obras de diversos estilos. Apaixonada pelas letras, teve seu conto “Invasão de território” publicado na antologia Soteropolitanos e atualmente trabalha no seu primeiro romance.
Seja integrante de nossos grupos de WhatsApp!
Falabarreiras Notícias 01
Falabarreiras Notícias 02
Falabarreiras Notícias 20
Falabarreiras Notícias 42
Seja integrante de nossos grupos de WhatsApp!
Falabarreiras Notícias 01
Falabarreiras Notícias 02
Falabarreiras Notícias 20
Falabarreiras Notícias 42
Falabarreiras Notícias 43
Falabarreiras Notícias 44
Falabarreiras Emprego 01
Falabarreiras Emprego 15
Falabarreiras Emprego 16
Falabarreiras Emprego 17
Falabarreiras Emprego 18
Ana Batalha
4 de janeiro de 2021 at 19:54
“Por fim, que não esperemos o relógio bater 00:00 para promovermos mudanças.”
PERFEITO 👏👏👏👏
Bruna
5 de janeiro de 2021 at 08:28
Eu acho que 2020 mostrou o que há de feio nas pessoas… que 2021 seja melhor!
Marcelle
11 de janeiro de 2021 at 14:35
Muito bom! Feliz vc novo! Que tenhamos coragem para transformar o que precisamos!