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Dia Mundial da Dislexia: um transtorno que afeta famosos e pessoas comuns
Joyce Nogueira
Em 10 de outubro, é o Dia Mundial da Dislexia. Trata-se de um transtorno neurogenético, hereditário, que leva crianças e jovens (4 a 7% da população) a apresentarem uma dificuldade de compreender, interpretar e memorizar conhecimentos por meio da leitura. Alguns famosos também possuem essa dificuldade, como, por exemplo, os atores Tom Cruise e Whoopi Goldberg, a cantora Cher, a escritora Agatha Christie e o físico Albert Einstein.
Segundo neuropediatra da Neuro Saber Dr. Clay Brites (foto), os disléxicos costumam demorar mais para se alfabetizarem e não se interessam em se expressar, por meio de palavras, historinhas e fatos cotidianos.
O especialista relata que os pais sempre ficam preocupados quando os filhos apresentam grandes dificuldades de leitura e escrita, principalmente a partir dos 9 anos. A situação se torna inadmissível nessa idade se a criança for inteligente e viver em ideais condições socioculturais. “Antes da família entrar em pânico, é preciso compreender esse transtorno para poder superar esses problemas”.
Brites esclarece que é comum ocorrer trocas, inversões e/ou omissões de letras, confusões fonéticas pelos pequenos durante a alfabetização. Diz ainda que, geralmente, essas crianças possuem dificuldades em relação a nomeação de figuras ou cores e apresentam histórico de atraso na fala durante os primeiros cinco anos de vida.
– No entanto, não se trata de pessoas “sem conserto”. É possível intervir precocemente em “crianças de risco” antes de apresentarem grandes dificuldades na fase escolar. A remediação precoce já é amplamente aceita e vista como eficaz na literatura internacional e nacional desde a década de 90 – relata.
O profissional explica também que a intervenção precoce reduz os riscos em até 40% dos casos. Não existe tratamento curativo da dislexia. “Mas é possível realizar um manejo multidisciplinar com medicações, intervenções fonoaudiológicas e psicopedagógicas”.
Sobre a postura pedagógica das escolas, o neuropediatra reforça que a instituição de ensino deve promover mudanças. Essa preocupação fará com que as crianças disléxicas “possam se desenvolver sem sofrerem com crises de ansiedade e pânico em sala se colocadas para ler em público, por exemplo”.
– Há uma maior chance de repetência e evasão dessas crianças. Existe também o risco de doenças mentais, especialmente depressão, e de se envolverem com más companhias. Portanto, pais, fiquem atentos e acompanhem todo o desenvolvimento de seus filhos! – finaliza.
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