Brasil
Para presidente da Abrapa, nova etapa do PIL trará importantes avanços para o setor
Virgília Vieira*
A nova etapa do Programa de Investimento em Logística – PIL, anunciado terça-feira (9) pela presidente Dilma Rousseff, é mais um passo do Governo na direção da modernização da gestão e da melhoria da infraestrutura. A opinião é de João Carlos Jacobsen Rodrigues, presidente da Abrapa. Para ele, “saber que teremos a iniciativa privada à frente de aeroportos, ferrovias, rodovias, entre outros, nos dá a certeza que teremos importantes avanços no setor”. O anúncio foi feito durante cerimônia no Palácio do Planalto, que reuniu muitos empresários e representantes do agronegócio. “Essa nova etapa foi muito bem planejada e atende todas as regiões produtoras de soja e algodão, no que se refere principalmente a escoamento de safra”, diz Jacobsen.
Com investimentos previstos de 198,4 bilhões, a segunda fase do programa dará continuidade ao processo de modernização da infraestrutura de transportes do País, iniciado em 2012 com a primeira etapa de concessões. Do total de investimentos previstos, R$ 69,2 bilhões serão aplicados entre 2015 e 2018, e R$129,2 bilhões, a partir de 2019, divididos da seguinte forma: R$ 66,1 bilhões em rodovias; R$ 86,4 bilhões em ferrovias; R$ 37,4 bilhões em portos, e R$ 8,5 bilhões em aeroportos.
De acordo com o anunciado, o modelo de concessões tem como premissas garantir serviços de qualidade, preços justos, remuneração adequada aos concessionários por seus investimentos e pelos serviços que vão prestar. Os investimentos em logística são estratégicos para ajudar ainda no escoamento eficiente da produção agrícola nacional e redução dos custos de logística para a indústria, além de atender ao crescimento das viagens nacionais e internacionais e ampliar as exportações.
“Precisamos elevar a taxa de investimentos em infraestrutura no Brasil. É isso que vai garantir a retomada do crescimento brasileiro”, explicou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, durante o anúncio do programa. “Uma infraestrutura boa e barata é um fator essencial para a competitividade, para que as empresas possam exportar mais e possam também concorrer no mercado interno.”
Em sua apresentação, o ministro Nelson Barbosa listou alguns dados que mostram a necessidade de se investir na melhoria e modernização da infraestrutura logística. A produção de grãos, por exemplo, entre 2000 e 2014, cresceu 129,8%, com uma média anual de 6,2%. No mesmo período, a frota de veículos (automóveis, ônibus, caminhões, etc.) cresceu 184,6%, com média anual de 7,8%, E a movimentação portuária, também nesse período, teve um crescimento de 99,9%, com a média anual de 5,56%.
Para conhecer detalhes desta segunda etapa do Programa de Investimento em Logística, acesse o PDF da apresentação do ministro Nelson Barbosa neste link.
Regiões Beneficiadas
A seguir, alguns dos investimentos previstos por região, conforme divulgado pela Assessoria de Comunicação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão:
CENTRO-OESTE
Rodovias
Está previsto o leilão, ainda em 2015, de 976 km do trecho da BR-163 que liga o município de Sinop (MT) a Itaituba (PA) reduzindo custos para o escoamento da safra pelos terminais portuários de Miritituba, com investimentos estimados em R$ 6,6 bilhões.
Ainda no Mato Grosso, a nova rodada prevê a concessão de 704 km do trecho das BR-364/060/MT/GO, que liga Rondonópolis (MT) a Goiânia (GO), passando pelos municípios de Alto Araguaia (MT), Jataí (GO) e Rio Verde (GO), com investimentos de R$ 4,1 bilhões e, pela BR-060, Goiânia a (GO) a Brasília (DF). Outro trecho da BR-364 a ser leiloado faz o percurso de Jataí até o entroncamento com a BR-153, em Minas Gerais – R$ 3,1 bilhões. Ambas as rodovias constituem importante rota de escoamento da produção do Centro-Oeste através dos portos do Arco Sul, bem como conferirão acesso à Ferrovia Norte-Sul.
Além dos leilões já aprovados, a região Centro-Oeste receberá investimentos previstos em novos projetos, com a concessão de 327 km da BR-262/MS, que liga Três Lagoas (MS) a Campo Grande (MS), com previsão de R$ 2,5 bilhões de investimentos, e de 249 km da BR-267 (MS), de Presidente Epitácio (SP) a Nova Alvorada do Sul (MS) (R$ 2 bilhões). A ampliação da capacidade dessas rodovias trará redução significativa no custo de escoamento da produção agropecuária do MS pelos portos do Arco Sul.
Também está na lista de novos projetos a concessão de 806 Km da BR-364/RO/MT – de Comodoro (MT) até Porto Velho (RO), com investimento de R$ 6,3 bilhões, rodovia que garante acesso à Hidrovia do Madeira.
Ferrovia Norte-Sul – Investimentos em quatro regiões: Centro-Oeste/Sudeste/Nordeste/Norte
A nova etapa do PIL prevê a concessão da Ferrovia Norte-Sul em dois lotes, que abarcam quatro regiões. O primeiro compreende o trecho Palmas (TO) – Anápolis (GO), já construído, e a construção do trecho Barcarena (PA) – Açailândia (MA), totalizando R$ 7,8 bilhões de investimentos, possibilitando acesso aos portos do Arco Norte. O outro lote compreende a extensão Anápolis (GO) – Estrela do Oeste (SP) – Três Lagoas (MS), com investimentos de R$ 4,9 bilhões.
Além disso, está prevista a concessão para construção e operação do trecho Lucas do Rio Verde (MT) – Miritituba (PA), com investimentos de R$ 9,9 bilhões, abrindo uma nova rota de escoamento para a produção do Mato Grosso.
Bioceânica
Por fim, em maio, foi assinado Memorando de Entendimento entre Brasil, China e Peru que prevê a entrega dos estudos em maio de 2016, para a construção da Ferrovia Bioceânica, nova rota estratégica para escoamento da produção brasileira via Oceano Pacífico. Nesta etapa, o trecho brasileiro compreende a ligação de Campinorte (GO) à fronteira com o Peru, via Acre, passando por Lucas do Rio Verde (MT), Sapezal (MT), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).
Aeroportos Regionais e Portos
Já na área portuária, está em análise pela SEP a autorização para instalação dos Terminais de Uso Privado (TUPs) dos municípios de São Simão (GO) e Três Lagoas (MS), com investimentos de R$ 6,5 milhões e R$ 30 milhões, respectivamente. Além disso, o governo dará anuência para a concessão do aeroporto de Caldas Novas (GO), demandando assim investimentos da ordem de R$ 650 mil.
SUDESTE
Rodovias
Nesta segunda fase do programa, para a região Sudeste, estão previstos investimentos de R$ 1,9 bilhão nas concessões das BR-262/381, que atravessa o estado de Minas Gerais até a divisa com o Espírito Santo, e R$ 3,1 bilhões nas BR-101/493/465, entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Além disso, nas concessões já existentes, estão em negociação com as concessionárias novos investimentos em duplicação da BR-393/RJ (R$ 1,3 bilhão); intervenções na BR-040/RJ (R$ 1,1 bilhão); duplicação da BR-101/RJ (R$ 1,2 bilhão); intervenções na BR-116/SP/RJ – Dutra, Serra das Araras, Marginais – (R$ 2,3 bilhões); faixa adicional na BR-381/SP/MG (R$ 600 milhões); e duplicação da BR-153/SP (R$ 4 bilhões).
Ferrovias
Estão previstos investimentos de R$ 7,8 bilhões para a concessão de construção e operação de 572 km de ferrovia ligando os municípios do Rio de Janeiro (RJ) a Vitória (ES). O modal integrará o porto do Rio de Janeiro e os terminais de ambos estados aos portos de Vitória e Tubarão, criando novas possibilidades logísticas ao escoamento de cargas. Os estudos foram realizados pelos governos estaduais do RJ e do ES e passarão por audiência pública.
Aeroportos Regionais
De acordo com a nova fase do programa, o governo dará anuência para a concessão ao setor privado dos seguintes aeroportos regionais, atualmente delegados ao estado de São Paulo: Bragança Paulista, (previsão de investimentos de R$ 10,8 milhões), Ubatuba (R$ 12,7 milhões), Itanhanhém (R$ 9,2 milhões), Jundiaí (R$ 22,6 milhões) e Campinas-Amarais (R$ 14,6 milhões). O aeroporto de Araras, delegado ao município, também será concedido, com previsão de investimento de R$ 7,7 milhões.
Portos
Em relação aos investimentos portuários, para os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo estão previstos investimentos de R$ 11,9 bilhões na autorização de 26 Terminais de Uso Privado (TUPs).
São quatro terminais no Espírito Santo – dois em Aracruz e dois em Itapemirim; 17 no Rio de Janeiro – sete em Niterói, quatro em São João da Barra, dois no Rio de Janeiro, um em Búzios, um em Itaguaí, um em Maricá e um em São Gonçalo; e cinco em São Paulo – um em Santos, um em Santa Maria da Serra, um em Araçatuba e um em Conchas.
Estão programadas renovações antecipadas de contratos de arrendamentos de áreas portuárias nos portos de Itaguaí (2) Angra (1) e Rio de Janeiro (1), Vitória (1) e Santos (8), totalizando R$ 8,8 bilhões em investimentos previstos.
Além disso, existe a previsão do arrendamento de novas áreas nos portos públicos do sudeste, que deverão injetar R$ 3,6 bilhões adicionais no setor. Serão 11 terminais em Santos, um no Porto de São Sebastião e outro no Porto do Rio de Janeiro.
NORDESTE
Rodovias
Para a região Nordeste, estão previstos investimentos de R$ 4,2 bilhões com a concessão das BR-101/232/PE, que compreenderá a construção do Arco Metropolitano do Recife e a duplicação na pista para Cruzeiro do Nordeste, além de investimentos na melhoria do trecho Caruaru-Recife e da BR-101. Em concessões já existentes, está prevista a construção de uma faixa adicional em um trecho da BR-324/116 na Bahia.
Aeroportos
Os aeroportos e Salvador e Fortaleza serão concedidos ao setor privado, com previsão de investimentos de R$ 3 bilhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente.
O aeroporto de Salvador é o oitavo mais movimentado do país e o primeiro da região Nordeste. Em 2014, 9,2 milhões de pessoas passaram pelo aeroporto e o terminal de cargas movimentou 36.613 toneladas.
O aeroporto de Fortaleza, que teve movimentação em 2014 de 6,5 milhões de passageiros, é o décimo segundo do país e o terceiro da região.
Portos
Para o setor portuário, foram feitos pedidos de autorização para investimentos de 1,6 bilhão em Terminais de Uso Privado (TUPs), sendo um na Bahia (Candeias) – R$ 547 milhões, um no Maranhão (São Luiz) – R$ 780 milhões –, e um em Pernambuco (Ipojuca) – R$ 251, 6 milhões.
No caso de arrendamentos de áreas portuárias, estão previstos R$ 942 milhões de investimentos em prorrogações antecipadas de contrato, distribuído nos portos de Itaqui (MA), Aratu (BA) e Salvador (BA) e Suape (PE). Para novas áreas estão previstos investimentos de R$ 2,9 bilhões, sendo cinco terminais em Suape, dois em Itaqui e um em Aratu.
NORTE
Rodovias
Está previsto o leilão, ainda em 2015, de 976 km do trecho da BR-163 que liga o município de Sinop (MT) a Itaituba (PA) para escoamento da safra via Porto de Miritituba, com investimentos estimados em R$ 6,6 bilhões. Além disso, o programa prevê para 2016 a concessão da BR-364/RO/MT, com investimentos da ordem de R$ 6,3 bilhões em aumento de capacidade e melhorias, consolidando importante rota de escoamento da produção do MT, via Hidrovia do Madeira.
Portos
Estão previstos cerca de R$ 800 milhões de investimentos em autorizações para a instalação de 21 Terminais de Uso Privado (TUPs). No Pará, serão três TUPs no porto de Itaituba, dois no porto de Belém, um em Ananideua e um do porto de Santarém, com previsão de R$ 621,2 milhões de investimentos no total. No Amazonas, serão oito TUPs, todos no porto de Manaus, com previsão de R$ 93,1 milhões. No Acre, serão dois terminais privados em Cruzeiro do Sul (R$ 30,6 milhões) e um no porto de Santana (R$ 1,2 milhão). Em Rondônia, serão três terminais em Porto Velho (R$ 43,5 milhões).
Também estão previstas antecipações de prorrogação de contrato de arrendamento nos portos de Vila do Conde (PA) e Santarém (PA), que implicará investimentos da ordem de R$ 223,4 milhões.
Serão realizados leilões de novas áreas de terminais, com previsão de R$ 4,1 bilhões em investimentos. Estes novos arrendamentos serão localizados no Pará, com 20 áreas (um em Vila do Conde, um em Belém, três em Outeiros, três em Bacarena, quatro em Santarém e oito em Belém-Bacarena) e investimentos de R$ 3,2 bilhões, em um em área no Amapá (Santana) no valor de R$ 47,4 milhões e um no Amazonas (Manaus) no valor de R$ 890,9 milhões.
SUL
Rodovias
Para a região Sul, produtora de grãos e aves, está previsto para este ano o leilão das BR-476/153/282/480, que atravessam Santa Catarina e Paraná, gerando investimentos da ordem de R$ 4,5 bilhões na duplicação do trecho, abrangendo os municípios de Chapecó (SC), Seara (SC), Concórdia (SC), União da Vitória (PR) e Lapa (PR).
Além disso, estão previstos leilões de novos projetos em 2016, que gerarão investimentos de R$ 3,2 bilhões para aumento de capacidade nas BR-470/282, em Santa Catarina, passando por São Francisco do Sul, Navegantes e Blumenau, até o entroncamento com a BR-153, bem como outros R$ 2,1 bilhões na BR-280 (Jaraguá e Porto União). Além disso, na concessão da BR-101, também em 2016, há previsão de investimento de R$ 1,1 bilhão, ampliando a capacidade e aumentando a segurança da rodovia, que liga Palhoça com a divisa do Rio Grande do Sul.
Já no Rio Grande do Sul, está previsto para 2016 o leilão das BR 101/116/290/386, passando por Carazinho, Porto Alegre e Camaquã, bem como levando até a divisa com SC pela Freeway, totalizado R$ 3,2 bilhões em investimentos.
Nas concessões já existentes, estão em fase de negociação com as concessionárias investimentos de R$ 2,5 bilhões na duplicação da BR-116/PR/SC; R$ 200 milhões em faixa adicional da BR-290/RS (a Freeway, já em obras); e R$ 900 milhões nas BR-101/376/116/SC/PR.
Aeroportos
Os aeroportos de Porto Alegre e Florianópolis serão concedidos, com previsão de investimentos de R$ 2,5 bilhões e R$ 1,1 bilhão, respectivamente.
O aeroporto internacional de Porto Alegre (Salgado Filho) é o nono mais movimentado do país e o primeiro da região Sul. A movimentação de passageiros em 2014 foi de 8,4 milhões. O aeroporto conta com terminal de cargas que movimentou, em 2014, 29.227 toneladas.
Já o aeroporto internacional de Florianópolis é o décimo quarto mais movimentado do país e o terceiro da região Sul. No ano passado, a movimentação de passageiros foi de 3,6 milhões de pessoas e o terminal de cargas movimentou 9.112 toneladas.
Portos
Estão previstos R$ 329,8 milhões de investimentos em 11 Terminais de Uso Privado (TUPs) na região Sul, dos quais um no Paraná (R$ 103 milhões), oito no Rio Grande do Sul (R$ 123,4 milhões) e dois em Santa Catarina (103,4 milhões).
No Rio Grande do Sul, os TUPs serão localizados nos portos de Nova Santa Rita, Porto Alegre (dois), Taquari, Canoas, Charqueadas (dois) e Estrela. No Paraná, foi solicitada a autorização para construção de um terminal privado no porto de Pontal do Paraná. Em Santa Catarina, haverá investimentos em dois TUPs no porto de Itajaí.
Ainda no segmento portuário, a região terá investimentos em novos arrendamentos de áreas públicas e prorrogações antecipadas de contrato. No Paraná, o setor privado poderá explorar áreas nos portos de Paranaguá e Antonina. Em Santa Catarina, está previsto o arrendamento de uma nova área no porto de São Francisco do Sul e uma prorrogação antecipada em Itajaí. Os investimentos totalizam R$ 848,1 milhões em antecipações e R$ 1,2 bilhão em novos arrendamentos.
*Com informações da Ascom da Abrapa e Ascom Planejamento
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