Agro
Governo cria grupo para recuperar a cultura do caju na Bahia
Por: Lívia Lemos /DRT 3461
O caju, fruta típica do Nordeste que garante à Bahia o quarto lugar na produção nacional, perdendo apenas para o maior produtor que é o Ceará, seguido de Piauí e Rio Grande do Norte, tem enfrentado severas perdas em sua cultura devido ao agravamento do Oidio (Oidium anacardii) no País. Trata-se de uma doença que ataca tanto a produção de castanhas, como de pseudofrutos, ou em ambas, e que até pouco tempo era considerada secundária, não necessitando medidas de controle.
Para reverter essa situação, o governo criou um grupo de trabalho formado por representantes da Casa Civil, da Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), no fim do ano passado, para elaborar um plano de trabalho com estratégias, metas e com o acompanhamento devido.
Segundo o coordenador de Estudos e Projetos Agrícolas da Seagri, Marcelo Libório, o grupo pretende incluir organizações de produtores e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). “Juntos, vamos propor ações de combate à doença e a organização do setor”, explica.
A doença se caracteriza pela presença de um revestimento pulverulento, branco-acinzentado, nas folhas. A ocorrência é centralizada nas folhas adultas, ocasião em que não é tão prejudicial como quando ataca as inflorescências. A presença do Oidio teve sua maior incidência em 2013, quando houve uma drástica redução na produção não apenas na Bahia,mas em outros estados produtores.
A redução de 4.532 toneladas na produção de castanha de caju, na safra de 2011/2012, na região de Ribeira do Pombal, para 1.258,5 na safra 2013/2014 não é atribuída apenas ao Oidio. De acordo com o secretário estadual da Agricultura, Jairo Carneiro, é preciso levar em conta fatores climáticos, como a seca. “Temos que considerar que a Bahia passou por uma estiagem que perdurou por mais de três anos, e que ocasionou perdas em diversas culturas, não apenas na do caju, que é bastante resistente à seca, assim como o umbu e o sisal. Os números correspondem a uma junção das duas coisas: da praga e da seca”, informa.
Técnicos da EBDA recomendam a produção de plantas mais baixas, distribuindo mudas menores, orientando também o uso de mudas enxertadas, com a substituição de copas, uma vez que as árvores de cajueiros são altas e dificulta a aplicação de produtos no combate à doença.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recomendou recentemente a pulverização de enxofre nas plantas, o que tem sido feito, mas Marcelo Libório diz que o grupo tem outros planos. “Pretendemos manter contato com outros estados para saber de que maneira eles estão enfrentando o problema”, revelou.
A doença tem causado tantos prejuízos que uma frente parlamentar na Câmara Federal foi formada para discutir a situação e encontrar soluções, além da criação do Fundo de Apoio à Cultura do Caju (Funcaju), em junho de 2013, que pretende, dentre outras coisas, incentivar o aumento da produtividade da cultura do caju e o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à agroindústria.
Na Bahia, a produção de caju, em sua maioria feita por agricultores familiares, se concentra na região Nordeste do estado, em municípios como Cícero Dantas, Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo e Antas. A área plantada não é precisa, uma vez que o cultivo do cajueiro é feita aleatoriamente, muitas vezes em quintais, iniciado despretensiosamente ao jogar a semente no chão. Contudo, existem dados do IBGE que apontam 20 mil hectares plantados, e uma estimativa da EBDA de 80 mil hectares cultivados.
Fonte: Imprensa Seagri
Seja integrante de nossos grupos de WhatsApp!
Falabarreiras Notícias 01
Falabarreiras Notícias 02
Falabarreiras Notícias 20
Falabarreiras Notícias 42
Falabarreiras Notícias 43
Falabarreiras Notícias 44
Falabarreiras Emprego 01
Falabarreiras Emprego 15
Falabarreiras Emprego 16
Falabarreiras Emprego 17
Falabarreiras Emprego 18