Psicologia Cotidiana
Setembro Amarelo – o mês da prevenção ao Suicídio Falar é a Melhor Solução
E como podemos pensar e praticar a empatia durante todo o ano…
O mês de setembro é marcado pela busca da conscientização social sobre fatos muito importantes na sociedade, como o setembro amarelo (mês da prevenção ao suicídio) setembro azul (mês da visibilidade da comunidade surda) e setembro verde (mês da acessibilidade da pessoa com deficiência). Por ora, falaremos sobre o setembro amarelo. O setembro amarelo é uma campanha realizada no mundo todo acerca da conscientização sobre a prática de prevenção do suicídio, buscando chamar a atenção das pessoas em geral e das instituições a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.
Em dados mundiais, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos (atrás de acidentes de transito, doenças infecciosas e/ou outra; além do fato que ainda, afirma a OMS, os casos de suicídio poderiam ter sido prevenidos em 90%, sendo uma questão de saúde pública. Por isso, é importante entender mais sobre o assunto, considerando que ainda é um tabu na sociedade e nos atentarmos sobre isso, pois sabendo quais situações perpassam por ideações suicidas, é possível buscar ajuda a partir do momento que são identificadas. Vamos começar pela sua história e até chegar em alguns mitos e formas de auxiliar quem precisa de ajuda.
História do Setembro Amarelo
A campanha conhecida como Setembro Amarelo iniciou no Brasil em 2015, pelo (CVV) Centro de Valorização da Vida, pelo (CFM) Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Porém, a história se iniciou anteriormente nos Estados Unidos quando um jovem chamado Mike, cometeu suicídio. Mike era conhecido por sua paixão pelo carro Mustang 1968 e ter reformado seu carro Mustang a mão, pintando o mesmo de amarelo. Os pais e amigos de Mike não perceberam que o jovem possuía questões de grande sofrimento e não conseguiram evitar a sua morte. Após sua morte, começaram uma ação na qual entregavam cartões com a mensagem “Se você precisar, peça ajuda” juntamente com fitas amarelas para as pessoas, como símbolo da cor do carro de Mike, que este tanto gostava. Desde então, a cor se tornou símbolo e, o dia 10 de setembro tornou-se o dia mundial da prevenção ao suicídio desde 2003.
Mitos sobre o Suicídio
Existem mitos e dizeres populares do dia a dia que são facilmente reproduzidos pelas pessoas, porém é preciso desmistifica-los. São eles:
“As pessoas que ameaçam tirar sua vida estão apenas querendo chamar a atenção” – negativo: pessoas em situação de sofrimento podem estar sim passando por períodos de intenso sofrimento, desgaste emocional e estar pedindo ajuda através da fala. Todo pedido de ajuda e fala acerca de ameaça de suicídio deve ser levada a sério e a ajuda profissional deve ser procurada o quanto antes.
“O suicídio acontece sem aviso” – negativo: apesar do pensamento que o ato seja de forma impulsiva, muitas pessoas cogitam o suicídio no seu cotidiano, porém não conseguem externar tais sentimentos com palavras. É preciso ficar atento aos sinais, observar como essa pessoa se comporta, muitas vezes essas pessoas podem estar com sintomas depressivos como apatia, desesperança, isolamento social, choro entre outros;
“O suicídio só acontece com pessoas de fora” – negativo: o ato pode ocorrer com qualquer pessoa que esteja em grande grau de sofrimento, independente de status social, classe econômica, religião, raça, gênero, etnia e afins.
Entre outros dizeres que, em sua maioria não expressa a realidade dos fatos. É preciso olhar com atenção, sem julgamento e principalmente com muita empatia para o sofrimento. Isso está além do setembro amarelo; esta é uma premissa para a vida, para todos os meses, para todo o ano.
Como Buscar Ajuda
Primeiramente, como dito acima é importante não criticar, julgar, acolher, buscar ajuda profissional, além do suporte familiar ou de amigos e amigas próximos, parceiros ou parceiras, pessoas queridas que possam fortalecer essa rede de apoio. A ajuda profissional pode vir de um profissional de psicologia, psiquiatria e demais profissionais da saúde mental. É importante buscar suporte terapêutico. Há ainda um recurso gratuito, que é a ligação para o número 188 que funciona 24 horas, para conversar com um voluntário. Também existe a possibilidade de mandar um e-mail ou falar pelo chat, que podem ser acessados pelo site www.cvv.org.br.
Que possamos cada vez mais dirigir nossa atenção e esforços com mais empatia junto a causa para além de setembro e ajudar e deixar ser ajudado quando for necessário, para juntos vencermos e superarmos coletivamente as perdas e as estatísticas tão pesadas sobre nossa sociedade.
Abraços,
Giovana.
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