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Dispara o número de golpes nas redes sociais utilizando perfis Rei do PIX

Com a promessa de oferecer dinheiro fácil, criminosos têm feito dezenas de vítimas nas redes sociais…

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Rei do Pix

Uma modalidade de golpe cibernético vem viralizando nas redes sociais, principalmente Twitter e Instagram, quando criminosos, explorando a ganância alheia e a cultura do brasileiro em querer levar vantagem, oferecem valores chamativos, em troca de um simples depósito inicial.

Para atrair a atenção das vítimas, os golpistas chegam a oferecer valores superiores a R$1000 reais, em troca de um depósito no valor de apenas R$300 reais. O que as vítimas não sabem é que por trás dessas “vantagens”, estão cartões de crédito clonados e titulares de contas bancárias desesperados com os valores subtraídos.

E não é muito difícil encontrar nas plataformas digitais perfis intitulados Rei do Pix, que estão prontos para fazer novas vítimas. As opções são das mais variadas, desde os perfis mais reservados que solicita que os interessados mantenham contato pelo WhatsApp, até os mais explícitos que não fazem nenhuma cerimônia em apresentar os valores e contas para as quais a transferência pode ser realizada, bem como screenshots, ou seja registrar uma imagem que esteja no visor do celular ou do PC usando mecanismos dos próprios dispositivos. A tradução do termo inglês significa “captura de tela” ou “captura de ecrã”, que confirmam montantes enviados e o possível feedback dos “clientes”.

A certeza da impunidade é tamanha que os criminosos chegam ao ponto de exibir cartões clonados e dados de contas bancárias invadidas. E os crimes não param por aí. Os tais Reis do Pix oferecem ainda notas falsas, plásticos roubados e documentos falsificados, que podem ser comprados para aplicação de golpes e fraudes.

Explorando a grave crise econômica que assola o país e a vulnerabilidade social de milhares de brasileiros, os criminosos chegam a comercializar perfis falsos com a promessa de aquisição de seguidores, para alavancar seu negócio, sob a alegação de ampliar a renda familiar ou proporcionar o ganho de dinheiro fácil.

Por conta dessa prática a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), faz um alerta. “As tentativas de fraudes com o Pix são identificadas como ataques de phishing, que usam técnicas de engenharia social para enganar o indivíduo”, informou.

“[Nossa instituição] e seus bancos associados investem constantemente em campanhas e ações de conscientização, com o objetivo de orientar a população a se prevenir”, completou a Febraban, que ressaltou que essas atividades não podem ser classificadas como falhas no sistema de transferências.

O esquema funciona da seguinte maneira, assim que são confirmados os PIXs verdadeiros, os criminosos virtuais realizam transferências a partir das contas invadidas ou por intermédio de meios de pagamento, usando cartões clonados, até que os limites fiquem totalmente comprometidos.

Criminosos divulgam esquema nas redes sociais e exibem comprovantes de transferências a partir de cartões clonados ou contas correntes invadidas / Imagem: Reprodução / Canaltech

A advogada Carla Rahal Benedetti, sócia da Viseu Advogados e especialista em crimes eletrônicos e econômicos, faz um alerta aos desavisados. “Caso a pessoa tenha ciência e acabe aderindo a essa conduta, responde pelo que chamamos de concurso de pessoas de acordo com sua participação, maior ou menor, no crime tentado ou praticado”, alerta a jurista. A pena para quem for considerado culpado pela Justiça vai de quatro a oito anos de prisão, além de multa.