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Brasil

Febre maculosa deixa baianos em alerta

Especialistas alertam para a situação na Bahia em meio aos casos de mortes em Campinas

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Febre maculosa brasileira

Prevenir é sempre o melhor remédio. Na luta contra a Febre Maculosa, precisamos nos informar e agir para evitar a doença | Foto: Veja Saúde/ (Matteo Fusco/Unsplash/Reprodução)

A Febre maculosa brasileira é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte (bois cavalos etc.), cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.

Um surto da febre maculosa na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, deixou em alerta o Ministério da Saúde. Seis casos foram registrados na cidade, e quatro pessoas morreram após uma festa em comum na qual estiveram no dia 27 de maio. No Brasil, já são 53 confirmados, a maioria no Sudeste do país. Há casos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, mas não é impossível que ocorram em outros lugares. Em 2023, já são seis óbitos, quatro relacionados ao surto na fazenda e outros dois que já haviam sido confirmados pela Secretaria de Saúde anteriormente.

A última morte registrada foi de uma adolescente de 16 anos, que esteve na Fazenda Santa Margarida, em 13 de junho. Segundo o Ministério da Saúde, oito mortes já aconteceram este ano após as pessoas serem diagnosticadas com a doença. A maior concentração de ocorrências é verificada nas regiões Sudeste (30) e Sul (17).

Na Bahia, já foram registrados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) 13 casos da doença em 2023, com cinco em Salvador, quatro em Nova Ibiá e um em Conceição do Jacuípe, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus e São Felipe. Quanto à classificação final, 6 casos foram descartados e 7 estão em investigação. Não houve registro de óbitos.

A transmissão da febre maculosa ocorre somente por meio do contato com o carrapato estrela infectado pela bactéria do gênero Rickettsia. Não há, portanto, transmissão de pessoa para pessoa. “O tratamento oportuno é essencial para evitar formas mais graves da doença e óbitos”, alerta o ministério da saúde De acordo com a pasta, assim que surgem os primeiros sintomas, o paciente deve procurar as unidades de saúde para avaliação médica e tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Sintomas da febre maculosa

Quando a bactéria cai na circulação causa vasculite, isto é, lesa a camada interna dos vasos (endotélio). Os primeiros sintomas aparecem de dois a 14 dias depois da picada. Na imensa maioria dos casos, sete dias depois. A doença começa abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções:

  • Febre alta;
  • Dor no corpo;
  • Dor de cabeça;
  • Inapetência;
  • Desânimo.

Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as maculopápulas. Essas lesões podem apresentar o componente petequial (petéquia é uma pintinha hemorrágica parecida com uma picada de pulga) e, às vezes, ocorrem pequenos sangramentos abaixo da pele no local das maculopápulas petequiais.

A erupção cutânea é generalizada e manifesta-se também na palma das mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças exantemáticas (sarampo, rubéola, dengue hemorrágica, por exemplo). O tratamento é feito com antibiótico específico e deve ser iniciado no momento da suspeita. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A falta ou demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso, podendo levar ao óbito.

Como prevenir

A prevenção da febre maculosa é baseada no impedimento do contato com o carrapato. O Ministério da Saúde recomenda a adoção de algumas medidas para evitar a doença, principalmente em locais onde há exposição a carrapatos:

  • Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;
  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;
  • Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;
  • Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;
  • Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);
  • Não esmague o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;
  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.