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BRASILEIROS EM GAZA:
Delegação segue rumo ao Cairo com previsão de retorno ao Brasil na segunda-feira

Brasileiros em Gaza: Grupo é acolhido pelo governo brasileiro com apoio logístico e alimentício no Egito, enquanto se preparam para o voo de repatriação na aeronave presidencial

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Brasileiros em Gaza

Sorrisos de esperança: crianças acenam com bandeiras brasileiras, simbolizando um novo capítulo de segurança e paz após a bem-sucedida missão de repatriação. #NovoComeço #BrasilAbraça” | Foto: MRE

Brasileiros em Gaza: Crianças exibem bandeiras do Brasil e vestem camisas da seleção nacional ao receberem frutas e alimentos da embaixada brasileira no Egito, um gesto de carinho e suporte em meio às dificuldades impostas pelo conflito na região.

Parabéns para o Itamaraty e à FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil”. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República.

“Comida que foi trazida pela Embaixada do Brasil no Egito para as crianças, porque na Faixa de Gaza frutas não se encontravam mais. As coisas lá estão muito difíceis. Complicadas. Graças a Deus que tem o Governo do Brasil dando todo o apoio para nós”, afirmou Hasan Rabee, num vídeo que gravou pouco após completar o processo de imigração.

No amanhecer de 12 de novembro, os rostos dos 32 brasileiros e seus familiares que atravessaram a fronteira irradiavam mais sorrisos do que as sombras de ansiedade e tensão dos dias precedentes. Entre eles, 17 crianças, nove mulheres e seis homens que esperaram pacientemente pela autorização de Israel, Gaza e Egito por mais de um mês para regressar ao Brasil. Este grupo é composto por 22 cidadãos brasileiros e dez palestinos, todos familiares de brasileiros, unidos na esperança de um retorno seguro ao lar.

Após concluírem com êxito os trâmites burocráticos neste domingo, o grupo desfrutará de um almoço antes de embarcar em veículos fretados pela Embaixada Brasileira no Egito, iniciando a jornada de aproximadamente seis horas em direção ao Cairo. Acompanhados por diplomatas brasileiros, eles percorrerão o trajeto com o conforto e a segurança assegurados pela representação nacional.

“A equipe da embaixada apoiou os trâmites de entrada dos brasileiros no Egito, e estima em seis horas o tempo do trajeto rodoviário até o Cairo, onde o grupo pernoitará. O voo da FAB de repatriação para o Brasil deverá decolar da capital egípcia na manhã de segunda-feira, 13/11”, confirmou o Itamaraty numa postagem nas redes sociais.

“Parabéns para o Itamaraty e à FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa postagem em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).

Ao momento em que a aeronave presidencial aterrissar em Brasília, a missão “Operação Voltando em Paz” terá concluído com sucesso o transporte de 1.477 passageiros e 53 animais de estimação. Esta operação logística, de grande envergadura, envolveu o uso de três aviões da Força Aérea Brasileira e dois da frota presidencial, marcando um feito notável de coordenação e esforço nacional.

ACOLHIMENTO – Com a chegada ao território brasileiro, os passageiros serão recebidos por uma ampla operação de acolhimento organizada pelo Governo Federal. Além do caloroso suporte familiar, eles terão acesso a serviços essenciais como alojamento, assistência na documentação, alimentação, bem como suporte psicológico, atendimento médico e serviços de imunização. Durante dois dias, ficarão acomodados em uma instalação especial da Força Aérea Brasileira em Brasília, assegurando um retorno tranquilo e cuidadoso à vida no Brasil.

“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o Governo Federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

De acordo com as autoridades, o suporte do Governo Federal aos repatriados não está restrito por um período determinado. “Estamos equipados para prover assistência pelo tempo que for preciso, assegurando a plena integração desses indivíduos em nossa sociedade. Não estabelecemos um limite temporal. Nosso compromisso é acolhê-los exemplarmente. Eles serão hospedados em uma instalação renomada pela sua experiência extensiva no acolhimento de refugiados, oferecendo um ambiente de completa dignidade e sem restrições de tempo”, enfatizou o representante.

ACOMPANHAMENTO – A presença da diplomacia brasileira foi constante durante a estadia dos brasileiros em Gaza, proporcionando um suporte diário essencial. Eles receberam recursos suficientes para suprir necessidades básicas como alimentação, água potável, gás para cozinhar e medicamentos, além de acesso a serviços de saúde e apoio psicológico virtualmente. Foram acomodados em residências financiadas pelo Governo Federal nas cidades de Khan Yunis e Rafah e transportados de maneira segura em ônibus fretados pela representação do Brasil em Ramala. Tanto os veículos quanto as moradias foram devidamente marcados e comunicados às autoridades de Gaza e Israel para prevenir incidentes. Com o uso de aplicativos, os diplomatas mantiveram contato diário com o grupo, atentos às suas necessidades e assegurando, mesmo em um contexto de conflito, a manutenção da saúde e bem-estar de todos até que a permissão para cruzar a fronteira fosse concedida.

ARTICULAÇÃO – A eficácia do Governo Federal neste processo foi o resultado de uma articulação diplomática meticulosa, com a participação ativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Destaca-se a quinta-feira, 9 de novembro, quando o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, realizou a quarta rodada de diálogo telefônico com seu homólogo israelense, Eli Cohen, reforçando a importância de incluir os cidadãos brasileiros na lista de estrangeiros autorizados a deixar a região, assegurando assim a segurança e a repatriação efetiva do grupo.

AÇÃO DIRETA – Desde o ataque inicial em 7 de outubro, atribuído ao Hamas, o presidente Lula intensificou negociações e condenou firmemente os atos de violência. Ele exigiu a libertação dos reféns israelenses e, em resposta ao conflito subsequente, empenhou-se ativamente na coordenação de auxílio humanitário, na promoção de diálogos para um possível cessar-fogo e na abertura de fronteiras para assegurar o retorno seguro dos cidadãos brasileiros.

Lula engajou-se ativamente em comunicações com líderes globais, incluindo telefonemas com autoridades dos Emirados Árabes Unidos, Israel, Palestina, Egito, França, Rússia, Turquia, Irã, Catar e do Conselho Europeu. Além disso, estabeleceu contato direto com brasileiros em Gaza e com familiares de israelenses sequestrados por Hamas, organização designada como terrorista por diversos países. Durante a presidência do Brasil no Conselho de Segurança da ONU em outubro, houve esforços contínuos para encaminhar uma resolução que fomentasse o diálogo e a paz na região.

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