Estudante surdo cega da UNEB luta para ter seus direitos respeitados

A estudante Janine Pires, do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), tem uma história que é um exemplo de superação. A jovem tem surdo cegueira e é a primeira surdo cega congênita a cursar o ensino superior, sendo uma inspiração para muitos.

Sua deficiência não a impediu de chegar a uma graduação. O maior desafio enfrentado atualmente pela estudante é o descumprimento do seu direito de assistir as aulas, por falta do acompanhamento especializado dos guias-intérpretes e brailista.

Em apoio à colega e ciente dos direitos da estudante e dos deveres do Estado no atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, os colegas de Janinne, do curso de pedagogia, estão organizando o movimento “#SomosTodosJaninne“, para reativar o contrato dos intérpretes que venceu em outubro e ainda não foi renovado. De acordo com os envolvidos no movimento, o contrato vai ser firmado em fevereiro, haja vista que o semestre acaba essa semana e só retorna em março.

Entretanto, eles reclamam da fragilidade no processo de contratação dos apoios de Janinne. São três anos de promessas que não se cumprem. Eles ressaltam ainda que o apoio é um direito adquirido que está sempre sendo velado em nome da burocracia, ou por falta de acessibilidade atitudinal. A proposta inclusiva deve ser o objetivo de todos aqueles comprometidos com a educação. No entanto, a sua implementação depende da conscientização em relação à aceitação das pessoas com necessidades educacionais especiais no meio social e compreensão de seu direito de fazer uso pleno de sua cidadania.