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Presidente de associação mantinha trabalhadores em situação de escravidão, diz MPF

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em

Correio da Bahia

O local possuía alojamentos e instalações sanitárias em condições desumanas para os trabalhadores

Foto: Divulgação/MPF

Foto: Divulgação/MPF

O presidente da Associação Desportiva Rural de Vitória da Conquista entre 2011 e 2013, Fábio Moreira de Almeida, conhecido como Clube da Derruba, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por manter trabalhadores em condição análoga à de escravos e por não tomar medidas necessárias para proteger a saúde e o meio ambiente. Ambos são crimes previstos em lei.

Fiscalizações feitas pelo MPF, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e Ministério do Trabalho em 2013 constataram que trabalhadores eram mantidos em situação degradante de trabalho, submetidos a jornadas exaustivas no Clube da Derruba, que além disso ocupava ilegalmente área pertencente à União.

O local possuía alojamentos e instalações sanitárias em condições desumanas para os trabalhadores. Alimentos e objetos pessoais ficavam expostos a insetos e roedores e as camas dos trabalhadores ficavam ao lado de sacos de ração para o gado. Não havia água potável – a água oferecida era a mesma usada no banho dos animais.

Famílias de três ou quatro pessoas dividiam cubículos de 6m². As instalações sanitárias também eram precárias, sem água e papel higiênico.

Além de todos estes problemas, os trabalhadores não tinham Carteira de Trabalho assinada nem descanso semanal – precisavam estar à disposição da polícia a qualquer momento.

A Associação e Fábio Moreira de Almeida já foram condenados pelos mesmos fatos na Justiça do Trabalho, em ação civil pública movida pelo MPT, informa o MPF em nota.

Fábio não foi encontrado pela reportagem para comentar o caso.