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Novos livros infantis convidam à leitura compartilhada

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Por: Verena Paranhos

O livro Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, é uma das dicas de leituras para a garotada

O livro Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, é uma das dicas de leituras para a garotada

Literatura é igual a cartola mágica. Dos livros a gente tira todo tipo de história: de gente, de bicho, de um mundo muito muito distante ou do quintal do vizinho. Cada virada de página pode desembocar em aventuras diferentes, contadas com imagens e palavras.

Não importa se a criança é muito pequena e não sabe ler. O que vale é estar ao lado dela desde aquele momento mágico em que descobre cores, formas, texturas e primeiras palavras até quando ganha independência com seus personagens e histórias favoritos.

Para o arte-educador José Rêgo (Pinduca), a graça da brincadeira está em reconhecer o que pode emocionar o leitor, independentemente da idade. Ele destaca que a escolha do livro é apenas o primeiro passo para criar uma parceria no mundo da leitura compartilhada entre adultos, crianças e adolescentes.

“É importante que haja essa parceria, que a criança encontre outro leitor mais experiente, com quem faça essa caminhada. O adulto é um coleitor. A descoberta feita conjuntamente vincula a criança àquele livro, ao qual depois ela volta com autonomia, pois já sabe o fluxo”, diz o mestre em educação. Essa parceria pode se estender para amigos, irmãos e primos.

Interação
A interação entre pais e crianças pequenas foi um dos aspectos que surpreenderam Míriam Leitão, jornalista especializada na cobertura econômica, no feed back de seu primeiro livro infantil, A Perigosa Vida dos Passarinhos Pequenos.

“Imaginei que o livro era para crianças a partir de 7, 8 anos, que leem sozinhas, porque ele tem um texto grande e desafia a tendência atual. Vi que crianças menores acompanham a leitura feita pelos pais, tios, avós, padrinhos. Eles acabam podendo pensar juntos sobre as várias ideias que eu passo ali”, explica a ganhadora do Jabuti 2012 na categoria não-ficção, com a obra Saga Brasileira: a Longa Luta de um Povo por sua Moeda.

Sensação parecida experimentou Gilberto Pinto, que estreia na literatura com a trilogia A Saga do Menino Callu. “Fiz pensando em um público entre 10 e 16 anos. Mas com a história pronta, percebi que o público mais velho também se identifica com o livro”.

O primeiro livro da série será lançado em formato digital (e-book à venda na Amazon), no dia 24, na Fliquinha, programação da Festa Literária Internacional de Cachoeira destinada ao público infantil.

Mundo de temas e formas
Gilberto Pinto buscou inspiração na própria cultura baiana. A Saga do Menino Callu conta as aventuras misteriosas de um menino que descobre ter grandes poderes ofertados por forças da natureza. Já Míriam Leitão partiu da experiência com os pássaros de sua fazenda em Minas Gerais para falar de questões importantes.

“Eu não uso as palavras ecológico, ambiental, nada disso. O livro trata não só da questão ambiental, sem os jargões e sem pregação, lição de moral, mas como aventura, e assim também fala das relações humanas”, explica Míriam. As belas ilustrações de seu livro funcionam como um guia de aves das matas e campos da região Sudeste.

Diante da imensidão de histórias disponíveis, vale levar em conta o conselho do especialista e prestar atenção no gosto de cada criança para acertar, já que, se lido da forma certa, a idade é um elemento secundário na hora de escolher um livro.

Assim, dá para apresentar aos pequenos importantes autores, como Clarice Lispector, que escreveu a “pedido-ordem” de seu filho O Mistério do Coelho Pensante, ou Manuel Bandeira, por meio do poema Na Rua do Sabão, publicado originalmente em 1920 e que agora ganha independência infantojuvenil.

Bichos do Lixo, ilustrado com colagens de Ferreira Gullar, é outra publicação que apresenta o texto poético e aguça a imaginação dos jovens leitores de todas as idades.

Diabos, Ogros e Princesas deve cair nas graças daqueles que já se aventuram pelas histórias assustadoras e, sobretudo, têm consciência que elas vêm de outras culturas.

Aos maiorzinhos, que por volta dos 12 ou 13 já não se sentem mais crianças, vale introduzir ao universo de Shakespeare com a releitura de Sonho de Uma Noite de Verão feita pelo paulista Dionisio Jacob.

Já Pedro Pedreiro traz a letra da célebre canção de Chico Buarque em um pequeno livro-objeto de design interessaníssimo, que permite ser “desenrolado” e lido por muitas mãos. Tudo para deixar os adultos com vontade de ter em casa também.

Fonte: A Tarde

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