Sem categoria
Longe da F-1, Razia testa nos EUA em busca de prêmio para chegar à Indy


Por: Alexander Grünwald e Tulio Moreira
Um ano após ser dispensado pela equipe Marussia às vésperas do primeiro GP da temporada, piloto baiano aproveita convite e faz dois dias de testes na Indy Lights
Há exatamente um ano, Luiz Razia estava às portas da Fórmula 1. Vice campeão da GP2, divisão de acesso da maior categoria motorizada do planeta, o baiano cumpriu em 2012 o último degrau das categorias de base do automobilismo europeu e parecia muito perto de estrear como titular da equipe Marussia, onde chegou a ser anunciado. Porém, o não comparecimento de um de seus patrocinadores às vésperas da primeira corrida fez com que o time o substituísse pelo francês Jules Bianchi. Longe dos monopostos desde seu último teste pela Marussia, em fevereiro de 2013, Razia atravessou o Atlântico para cumprir um recomeço. Convidado a testar nos Estados Unidos, o brasileiro volta nesta terça a pilotar um carro de fórmula, mas desta vez na Indy Lights – o equivalente norte-americano da GP2. Novamente uma categoria escola, que ele espera que seja a última antes de se profissionalizar em definitivo.
– Infelizmente, na Europa, a situação para fórmula está quase impossível se você não tiver algum patrocínio. Eu gostaria de correr de Indy, mas a Indy Lights me proporciona uma premiação em dinheiro para ir para a Indy. Coisa que na Europa não existe. Fui vice-campeão da GP2 e lá nem o primeiro, segundo ou terceiro recebem nada, só o troféu. Coisa que atrapalha muito. Acho que o aqui o campeão tem sempre a possibilidade, dá um pouco mais de chance. A Indy é uma categoria mais acessível que a F-1 – afirma.
Após uma temporada competindo em um torneio europeu de Gran Turismo com um carro McLaren, Razia tentou testar em outra divisão de base da F-1 – a World Series – por três equipes, mas esbarrou novamente na necessidade de um aporte financeiro simplesmente para guiar o carro. Após conversas com seu empresário, que já trabalhou com pilotos como Alessandro Zanardi e Gil de Ferran, que migraram com sucesso da Europa para os Estados Unidos, ele encerrou o ano em Indianápolis (EUA), onde teve reuniões com equipes da Indy, como a Sam Schimidt e a Panther.
Na América, terra das oportunidades, a sorte voltou a sorrir para Razia, em forma de dois dias de testes na Indy Lights pela Sam Schimidt na pista de Sebring. A categoria principal, que atualmente tem em seu grid os brasileiros Hélio Castroneves e Tony Kanaan, é seu novo objetivo a partir de agora. Mas Luiz evita comparações com a Fórmula 1, categoria pela qual já testou por três equipes – Caterham, Force India e Marussia.

Brasileiro chegou a ser anunciado como titular da Marussia na F-1 e testou em Jerez de La Frontera (Foto: Getty Images)
– Obviamente, a gente não pode comparar uma com a outra, são categorias totalmente distintas, com tecnologias e investimentos muito diferentes. Mas a Indy é uma categoria super profissional, e é interessante porque os carros são todos iguais. Com determinação e vontade, o piloto pode mostrar resultados mais rapidamente do que num caso como o da Marussia, carro que eu ia andar no ano passado ma F-1. Isso dá esperanças mais realistas para mim – explica Razia.

A Indy, que tem os brasileiros Tony Kanaan e Hélio Castroneves, é o novo objetivo do barreirense Luiz Razia
Preocupado em acelerar sua adaptação a um carro que tem câmbio manual e embreagem no pedal, algo bem diferente do que ele estava acostumado na GP2, um carro que tem câmbio “borboleta” e embreagem no volante, Razia confia que sua facilidade em entender diferentes máquinas pode ser um fator decisivo para conseguir um bom contrato para disputar o título da Indy Lights em 2014. E aí, enfim, virar um piloto profissional.
– Carro de corrida é um volante e quatro rodas, tudo igual, mas cada um tem seus detalhes e suas necessidades mais especificas. Estou precisando me profissionalizar rápido. Até então, na GP2, eu era aquele estudante, e ia me profissionalizar na F-1. Mas, como isso não aconteceu, preciso me estabilizar como piloto. Por toda a experiência que eu já adquiri na minha carreira, está na hora de ser remunerado por aquilo que eu faço – diz o baiano.
Fonte: Globo Esporte.Com