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Longa-metragem paraense ‘A Ilha’ é lançado em Belém
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Filme tem direção de Mateus Moura.
Lançamento ocorre às 17h, no Cinema Olympia.
Baseado nas lendas que envolvem a ilha de Cotijuba, distrito de Belém, estreia nesta terça-feira (19) o filme “A Ilha”, dirigido pelo autor paraense Mateus Moura. O longa de 62 minutos conta a história de Nazareno, que não trabalha no local, mas sobrevive naquele pedaço de terra cercado das águas da Baia do Guarajá, e de sua mulher, Carline, que convive com o tédio que estar apartada do centro urbano a proporciona. O lançamento será às 17h, no Cinema Olympia.
Rodado entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013 na própria ilha e também na Ecovila Iandê, na Comunidade de São João Batista em Santa Bárbara, na região metropolitana de Belém, o filme teve financiamento coletivo dos próprios integrantes da produção, que apostaram suas próprias moedas na concretização do longa-metragem. A realização é das produtoras Maria Preta, Insular Produções e Coletivo Quadro a Quadro, com apoio do Miritismo.
Para Mateus, recorrer até o imaginário que cerca a ilha de Cotijuba – onde já foram instalados um educandário público e posteriormente uma casa penal, motivos de muitas histórias que circulam entre os nativos e frequentadores do local –, é falar sobre a Amazônia e a intervenção humana nesse vasto território, em uma espécie de pequena alusão política ao lugar.
“O filme, além de mergulhar o imaginário para criar o mito, pretende, politicamente, iluminar um caso para revelar, na cicatriz, a dor de uma realidade: a Amazônia, símbolo máximo da Natureza no planeta, sofrendo as influências da tal Civilização. Muita coisa me chamou atenção até confabular este argumento, mas acredito que todas partam dessa premissa inicial”, diz o diretor.
O tema refere-se ao próprio entendimento do que Mateus pretende enquanto artista, a partir de uma visão que de todo tema para se filmar é nobre. “Nunca acreditei que a condição histórica de uma revolução fosse um tema mais digno de ser ‘transformado em filme’ que os fricotes de adolescentes descobrindo a sexualidade. Não existe hierarquia temática, existem filmes. E cada filme tem seu interesse no mundo, apenas trabalhamos para melhor dar forma à sua intenção que deseja vir-a-ser”, explica.
O diretor também considera que para realizar um filme, além do financiamento, é necessário transformar as ideias em matéria, o que para ele é exatamente divido em dois momentos, o do “pensar” e do “fazer”. A decisão de iniciar o projeto exigiu disciplina e sacrifícios, já que o patrocínio veio de todas as pessoas envolvidas no longa-metragem.
“Foi investimento pessoal num curso intensivo de cinema na Amazônia. Todos que participaram estavam lá “em Obra”, o que não exclui o bom humor e a alegria, pelo contrário… estar ‘em Obra’ é estar ativo e receptivo, nesse movimento da criação. Em todos os momentos e em todos os departamentos foi esse o espírito cultivado. Produzir é dificílimo, ainda mais nas nossas condições, mas se enfrentado é de um prazer imenso”, conta Mateus.
Serviço:
Lançamento do filme “A Ilha”, de Mateus Moura, ocorre nesta terça-feira (19), as 17h, no Cinema Olympia, localizado na avenida Presidente Vargas, 918, no bairro da Campina, em Belém. Entrada franca.
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