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“Brasil não está para bailar” diz o jornal “La Voz de Galicia”
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Sandra Cristina | Correspondente na Espanha
Apesar da crise, o Brasil ainda continua sendo uma das apostas preferidas pelas companhias que querem investir no exterior
Um dos maiores jornais escritos de Galícia, Espanha “La Voz de Galicia”, destaca a crise financeira do Brasil que deixa em alerta mais de 700 milhões de investimentos de empresas privadas do Estado espanhol.
O jornal inicia a matéria dizendo que o Brasil não está para bailar, informando que a economia retrocedeu uma 1,9% neste segundo trimestre e tem uma inflação disparada (9,53%). Informa ainda que o desemprego não para de crescer (está agora em 7,5%), a moeda local, o real, se depreciou um 30% frente ao dólar e que a popularidade da Presidente Dilma Rousseff esta no chão. E ainda afirma que se como tudo isso não bastasse, ontem chegou o Estándar & Poors e desencadeou a tormenta perfeita ao qualificar de lixo a dívida brasileira.
Este cenário que há algum tempo atrás era praticamente improvável, quando a economia mundial estava em recessão e a brasileira crescia em um ritmo de 7%, pegou de surpresa as grandes empresas de todo o mundo que focaram seus investimentos no país que sediará as olimpíadas em 2016.
As empresas espanholas: Telefônica, Santander, Iberdrola e Repsol, com fortes interesses no Brasil, sofreram um impacto da decisão de S&P na bolsa de valores.
Galícia também, que apostou no Brasil uma importante intervenção privada, que supera os 700 milhões de euros, encabeçada pelo setor de conserva de pescado, a construção civil e o metal, está em alerta vermelho.
No Brasil estão instalados os grupos conserveros galegos Calvo, Jealsa e Actemsa com plantas de processamento plenamente operativas e, no caso da empresa Calvo, com planos para um novo investimento em uma unidade industrial que incluirá também a fabricação de farinha e azeite de pescado.
Outros dos projetos importantes investidos no Brasil por uma empresa galega está firmado pela Siderúrgica Latinoamericana (Silat), a companhia é filial da Ferros Anón para o Brasil, se trata de uma planta de laminados, que arrancou sua atividade no início do ano investindo 200 milhões de euros.
A construtora Copasa também está no Brasil encarregada de construir o que será o passeio olímpico dos jogos do Rio de Janeiro do ano que vem. A obra tem uma proposta de 160 milhões de reais e segundo sua administração, a conclusão da obra não corre perigo por se tratar se um serviço já orçado dentro do projeto olímpico. A empresa galega está consorciada com a empresa brasileira Construcap.
No Brasil também está há um ano, a fabricante da marca de cerveja Estrela Galícia, no estado de São Paulo, o que está convertendo a marca em uma das mais apreciadas cervejas nos países do Mercosul, segundo seus dirigentes.
Brasil é um bom aliado da economia e do comércio exterior galego. Em 2014 foram mais de 250 as empresas que venderam a este país. Nesse mesmo ano, as exportações cresceram 38 por cento comparado a 2009, até somar um faturamento de quase 200 milhões de euros.
Apesar da crise, o Brasil ainda continua sendo uma das apostas preferidas pelas companhias que querem investir no exterior. Segundo levantamento da secretaria de exportação, mais de cem empresas dos setores de metal, naval e alimentício, estão a ponto de dar um salto ao mercado brasileiro.
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