Governo do estado assina contrato para construção de frigoríficos em Bom Jesus da Lapa, Valença e Remanso

Por: Viviane Cruz/ Lívia Lemos

Morro do Chapéu já assinou contrato e também contará com um frigorífico

O secretário Estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, consolidou na manhã desta terça-feira (5), por meio de assinatura de contrato com as empresas ganhadoras da concorrência pública, o processo de construção de três novos matadouros frigoríficos nos municípios baianos de Valença, Remanso e Bom Jesus da Lapa. Essas unidades terão capacidade para abater de 100 animais/dia. As três novas unidades somam-se à de Morro do Chapéu, cuja empresa ganhadora de licitação já assinou o contrato.

Além destes, mais nove frigoríficos de menor porte, com capacidade para abater 30 animais/dia serão construídos no estado e estão em processo final de contratação. Os recursos totais que serão aplicados para a construção dos 13 frigoríficos são da ordem de R$ 44 milhões, sendo aproximadamente R$ 15 milhões de recursos federais (MDA/MAPA) e R$ 29 milhões de verba estadual, para a execução das obras e compra de equipamentos.

Os frigoríficos serão construídos com planta padrão, desenvolvida pela Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), através da Agência de Defesa Agropecuária (Adab), que se tornou referência nacional. Esse modelo foi disponibilizado pela Seagri para todas as secretarias estaduais de Agricultura do Brasil. A Bahia possui hoje 33 frigoríficos funcionando e mais 20 estão em processo de construção.

Para o secretário Eduardo Salles, a construção dos frigoríficos possibilita a estruturação da agropecuária da região onde a ferramenta está inserida. “O nosso objetivo não é apenas estruturar a parte industrial do frigorífico, mas o desenvolvimento da pecuária e a garantia de um alimento saudável para a população”, informou, acrescentando que os contratos assinados serão analisados pela Caixa Econômica Federal, em seguida é liberada a ordem de serviço para a construção e, no próximo ano deverão ser inaugurados.

O prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro, que assinou contrato com o diretor da Terra Oeste Engenharia, Gustavo Kanz, acredita que a cadeia bovina da região será mais bem aproveitada com a construção da ferramenta. “Há onze anos o matadouro da cidade foi fechado, atualmente consumimos carne de outros lugares. O frigorífico permitirá o fortalecimento da economia local”, destacou.

A prefeita de Valença, Jucélia Nascimento, que assinou contrato com o sócio-diretor da Moreira Construções e Engenharia LTDA, Josmar Moreira Melo, destacou que o frigorífico será uma das maiores obras que o município vai receber. “As pessoas trabalhavam na clandestinidade. O matadouro que tínhamos foi fechado e toda a região necessita desta obra, principalmente os trabalhadores, que terão a oportunidade de vender alimentos saudáveis”, pontuou.

O secretário municipal de Agricultura e Pesca de Remanso, que esteve representando o prefeito, Celso Silva, assinou contrato com a Couto Engenharia, representada pelo diretor Wellington Aires de Couto, acredita na construção do frigorífico como oportunidade. “Remanso é uma das principais cidades produtoras de caprinos e ovinos da região, com essa obra, vamos poder exportar os animais abatidos, pois atualmente vendemos eles vivos”, comemorou, pontuando que o frigorífico mais próximo e que atende a diversos municípios atualmente está em Juazeiro, 220 km distante.

O diretor da Agência de Defesa Agropecuária (Adab), Paulo Emílio, destacou os principais perigos do abate clandestino. “A carne, se não for obtida de forma higiênica, em ambiente com controle higiênico, sanitário e tecnológico, pode levar doenças à população, como tuberculose, brucelose, salmonelose, dentre outras. Os municípios que vão ganhar o frigorífico ganham, acima de tudo, saúde para a população”, disse.

Participaram da reunião de assinatura dos contratos, o chefe de gabinete da Seagri, Jairo Carneiro e o chefe de gabinete da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab), Ubirajara Velame.

Iniciativa é inédita no País
Eduardo Salles, considera que está é uma ação inédita e pioneira no País. “Isso demonstra que o governo está preocupado com a saúde da população, e executa ações com o objetivo de garantir o consumo de carne saudável, combatendo o abate clandestino”, afirmou Salles, ressaltando que “dizia-se não ser possível construir um abatedouro com menos de R$ 10 milhões. Nós provamos que podemos construir com aproximadamente R$ 3 milhões, e a planta que desenvolvemos tornou-se referência nacional, aprovada pelo Ministério da Agricultura”.

A construção dos novos matadouros frigoríficos é parte do Projeto de Descentralização do Abate no Estado da Bahia, programa criado pela Seagri/Adab com o objetivo de combater o abate clandestino, atender a demanda de regiões que não dispõem de frigoríficos, e oferecer à população carne saudável e de qualidade.

“Estamos criando condições para que o pequeno produtor tenha como e onde abater seus animais, com segurança sanitária, e ao mesmo tempo garantindo a saúde da população e o combate ao abate clandestino”, destaca Salles. Além de garantir o aumento do abate inspecionado, o projeto fomenta a geração de empregos e renda.