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Barreiras

A arte desnuda da barreirense Pedrita

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Por: Gabriela Flores

“O sonho da minha mãe era que eu transformasse a casa dela em um atelier para expor meus quadros. Depois que ela morreu, meus irmãos me encorajaram a tornar o sonho dela em realidade”, revela Pedrita

“O sonho da minha mãe era que eu transformasse a casa dela em um atelier para expor meus quadros. Depois que ela morreu, meus irmãos me encorajaram a tornar o sonho dela em realidade”, revela Pedrita

Pode estar perdido, pensativo, vazio, malicioso ou simplesmente verdadeiro, os olhos podem dizer muito sobre uma pessoa. O mistério por trás de cada olhar atrai a atenção da artista Pedrita Martha. Barreirense de 63 anos, a pintora faz uso de traços bem delineados ou descompassados para expressar a visão que tem do mundo.

“Descubra seu dom e faça o que gosta”. Seguindo o mandamento da mãe escritora, Prisilina de Carvalho, Pedrita descobriu a paixão pela pintura ajudando o pai a pintar paredes de casas. Enquanto as crianças iam brincar durante o recreio ela ficava na sala desenhando.

Pedrita pintou a primeira tela aos 12 anos, um palhaço. “Meu sonho era fugir com o circo. Uma vez quando o circo veio para Barreiras, eu fui lá para conhecer os artistas e fiquei impressionada com o palhaço. Ele era uma pessoa triste, mas todas as noites ele colocava um sorriso no rosto para ir alegrar as outras pessoas. Isso mexeu comigo”, revela a artista.

Outra paixão da pintora é a beleza da mulher africana. O corpo despido, de pele negra e curvas a perder de vista revela a personalidade de cada mulher retratada sem rosto. “Eu nunca estive na África, mas a mulher africada sempre representou algo forte para mim. E eu pinto mulheres nuas porque o corpo por si só fala muita coisa”, disse Pedrita.

Hoje, a galeria abriga obras de Pedrita e de mais três artistas e fica aberta de segunda a sexta-feira, das  16h às 22h

Hoje, a galeria abriga obras de Pedrita e de mais três artistas e fica aberta de segunda a sexta-feira, das 16h às 22h

Admiradora do renomado pintor espanhol Pablo Picasso, a artista revela que a forma com que ele retratava a guerra civil com pessoas deformadas revela o horror dos conflitos. “Ele revolucionou. É isso que eu gosto nele”, afirma.

O atelier Dedos Mágicos, recém-inaugurado em Barreiras, reúne diversas telas de Pedrita e outros três artistas da cidade. Aliás, o local é para ser um espaço para as artes. Pedrita pretende dar aulas de pintura, abrir espaço para as bordadeiras que aprenderam o ofício com a sua mãe e músicos.

“Minha mãe sempre foi envolvida com a música e com a arte. O sonho da minha mãe era que eu transformasse a casa dela em um atelier para expor meus quadros. Depois que ela morreu, meus irmãos me encorajaram a tornar o sonho dela em realidade”, revela Pedrita, que hoje é aposentada do Banco do Brasil e que vive agora dedicada a arte.

Quando se fala de inspiração, a artista revela que não sabe como surgiu a vontade de expressar alguma coisa na tela. Tem noites que acorda e sabe que precisa pintar. Coloca as mãos na tinta e começa a pincelar com os dedos os quadros de flores.

“Eu sou católica, mas respeito outras religiões. Tenho amigos espíritas que já me disseram que esses quadros são feitos por tutor espiritual. Se você prestar atenção, esses quadros diferem muito do trabalho que eu faço, digamos assim, consciente”, finaliza Pedrita.

Fonte: Revista A

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