Pecuária sustentável: como a prática pode diminuir os impactos ambientais

Pecuária sustentável | Créditos: iStock

No mundo contemporâneo, a crescente preocupação com os impactos ambientais na pecuária levou à busca por práticas mais sustentáveis no setor. Nesse sentido, a pecuária sustentável surge como uma das soluções promissoras no que se refere à mitigação dos impactos ambientais, promovendo uma coexistência mais equilibrada entre a produção animal e a preservação da natureza enquanto totalidade. 

Inicialmente, é importante enfatizar que a pecuária sustentável é caracterizada pela aplicação de métodos e tecnologias que buscam produzir carne, couro, leite e seus derivados conscientemente em relação ao meio ambiente. Esses processos, portanto, são realizados de forma eficiente, com foco no bem-estar animal e com responsabilidade social. 

Para os pecuaristas, adotar práticas sustentáveis não é apenas uma opção, mas uma necessidade para permanecerem competitivos em um mercado global de proteína animal e couro cada vez mais acirrado. O Brasil, como principal exportador mundial de carne bovina, desempenha um papel significativo nesse cenário. 

Segundo projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), espera-se que o país seja responsável por cerca de 29% das exportações globais de carne bovina até 2030. Considerando a posição destacada do Brasil na produção de carne, o enfoque em uma produção pecuária alinhada com a preservação ambiental está ganhando cada vez mais destaque, especialmente diante do atual cenário ambiental e geopolítico. 

Mas quais são as práticas essenciais para adotar a pecuária sustentável? O primeiro passo é adotar práticas de manejo mais adequadas em relação às pastagens. Enquanto o manejo tradicional ou pastejo contínuo pode levar à degradação das pastagens, o pastejo rotacionado permite a regeneração do solo, impulsionando o crescimento das plant as forrageiras, prevenindo, também, a erosão. 

Por conseguinte, um manejo cuidadoso das pastagens não apenas evita queimadas acidentais, mas também promove a reciclagem do carbono, aumentando sua presença no solo. Além disso, o sistema Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) desempenha papel elementar no processo de adoção de uma pecuária sustentável. 

A integração de árvores na paisagem desempenha um papel vital na estabilização do carbono, na ciclagem de nutrientes e na regulação do ciclo hidrológico. Além de proporcionar sombra para o gado, melhorando seu bem-estar e desempenho, as árvores também contribuem para o crescimento e vigor das pastagens.

Outro ponto que precisa ser destacado é que, ao investir em eficiência reprodutiva e melhoramento genético, impulsiona-se a produtividade, resultando em um melhor equilíbrio de emissões de carbono por unidade de produto. Nessa perspectiva, a conservação de matas ciliares e o uso adequado de bebedouros também mostram-se elementares para manter a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas. 

Os bebedouros, em particular, ajudam a preservar os recursos hídricos, evitando a compactação do solo e a sedimentação dos corpos d’água. Essas práticas, quando adotadas, promovem a sustentabilidade na pecuária, contribuindo para a preservação dos recursos naturais e a mitigação dos impactos ambientais associados à produção animal.

A medicina veterinária, por sua vez, desempenha papel de destaque, também, visto que se encontra ligada ao avanço de novas tecnologias que atuam nas práticas da pecuária sustentável. A utilização de técnicas avançadas de diagnóstico e monitoramento permite um acompanhamento mais preciso da saúde dos animais, possibilitando intervenções preventivas e minimizando o uso de medicamentos. 

Além disso, a pesquisa em medicina veterinária está cada vez mais focada em soluções sustentáveis, como alternativas a antibióticos e desenvolvimento de vacinas mais eficazes. 

No fim, a pecuária sustentável oferece uma abordagem viável para reduzir os impactos ambientais no setor. Por meio da adoção de práticas sustentáveis, como a nutrição adequada dos animais, tornou-se possível conciliar a produção animal com a conservação do meio ambiente.