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Mulheres fumam mais e estudam menos

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em

Sandra Cristina – correspondente na Espanha

Foto: Pipoca Pimenta e Poesia

Foto: Pipoca Pimenta e Poesia

A Revista espanhola, Tobacco, divulgou na sexta-feira, 20, um estudo elaborado pelo Grupo de Investigação Epidemiológica da Universidade de Alcalá de Henares (Madrid), Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares (Estados Unidos) e Instituto Catalão de Oncologia (Espanha), onde se chega à conclusão que 40 por cento das mulheres que não tem formação nenhuma, são fumantes e a porcentagem entre as que tem estudo universitário é de 20%.

Segundo Manuel Franco, epidemiólogo, existe um contraste sociológico muito grande que implica que, quanto mais independente é a mulher, mais fuma. Além disso, à medida que se avança as décadas, o nível de estudos ou a procedência social da mulher que fuma é cada vez mais baixo. Em 1960, a porcentagem de mulheres fumadoras era praticamente inexistente, mas, a partir da década de 70 até meados da de 90, o índice aumentou consideravelmente. Em contrapartida, é na década de 80 quando os homens começaram a fumar menos.

“Fumar se considerava então algo muito masculino e muito elegante, mas, quando a Espanha começa a mudar os termos de igualdade de gênero, também muda o perfil de fumadores e, nas últimas décadas existe mais gente da classe baixa fumando do que da classe alta”. Esclareceu Franco à repórter Ebeca Yank.

Segundo o estudo, que leva por titulo Igualdade de Gênero e Tabaco, uma aproximação teórica desde diferenças de gênero na Espanha, são as “diferenças socioeconômicas as que determinam fortemente a prevalência do tabaquismo”.

É primordial a importância de ter em conta a interação entre gênero e a classe social, especialmente porque é um objetivo mundial atender o tabaquismo nas mulheres, e no caso da Espanha, pode ser útil na hora de adotar medidas de prevenção em países em fases prévias de tabaquismo, acrescenta o estudo.

Nas mulheres nascidas entre 1981 e 1996, as que agora têm entre 20 e 35 anos, o tabaquismo chega até 40 por cento nas que não tem “nenhum tipo de estudos ou apenas estudo primário, chega próximo aos 30% as que possuem educação secundária e baixa até 20% as que têm estudos universitários”.

Para Franco, a publicidade especialmente orientada para mulheres e cigarros desenhados para elas – slim ou light- “tem influenciado perniciosamente” na prevalência do tabaquismo, especialmente nas mais jovens.

Segundo o investigador, “a importância da prevenção a partir dos 16 anos e que as medidas sejam enfocadas dentro das escolas, universidades e bairros onde está a população jovem, se faz urgente”.