Vida e Saúde
HPV e câncer de colo do útero – a mais estreita relação entre uma causa e o câncer
Superando a associação direta entre tabagismo e câncer de pulmão, o vírus HPV é a etiologia (causa) mais prevalente em um tipo de câncer. Ele está presente no DNA de 99,7% dos tumores malignos no colo do útero. Vacinação, disponível nas redes pública e privada, tem o potencial de evitar 70% destes casos
Moura Leite Netto | Imagem destaque: Meramente ilustrativa | Foto: Reprodução http://staticr1.blastingcdn.com
Ampliar a conscientização da sociedade sobre a importância de se aderir à vacinação de meninas de 9 a 26 anos contra o vírus HPV é a medida mais eficaz para se evitar o câncer que tem a relação mais direta entre uma etiologia (causa) e um tipo da doença que, neste caso, é o câncer de colo do útero. O alerta é do A.C.Camargo Cancer Center, um centro integrado, referência mundial, de diagnóstico, tratamento, ensino e pesquisa do câncer. Como comparativo com outra associação bem estabelecida (tabagismo e câncer de pulmão), o vírus HPV é encontrado no DNA de 99,7% dos tumores malignos no colo do útero – conforme destaca o Pathology Outlines: http://www.pathologyoutlines.com/topic/cervixSCC.html – enquanto que entre os pacientes que desenvolvem tumores pulmonares, cerca de 80% a 90% são ou foram tabagistas.
Disponível na rede pública desde 2014, a vacina quadrivalente, que imuniza contra os HPVs dos tipos 16 e 18 (responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo de útero) e dos tipos 6 e 11 (que provocam 90% das verrugas genitais), é mais indicada para as meninas que ainda não iniciaram a vida sexual e, portanto, não tiveram contato com o vírus.
De acordo com o cirurgião oncologista e diretor do Departamento de Ginecologia do A.C.Camargo, Glauco Baiocchi Neto, a falta de informação sobre a importância da vacina anti-HPV é um dos entraves para este eficaz método de prevenção ser melhor difundido entre as famílias brasileiras. Outro fator de complicação é a difusão de mitos quanto à segurança da vacina. Em recente visita ao A.C.Camargo, o virologista alemão e prêmio Nobel de Medicina de 2008 por ter descoberto a relação entre HPV e câncer, Harald zur Hausen, destacou que a vacinação contra os HPVs de alto risco é uma medida não apenas urgente, como também segura. “Não há evidências de que a vacina cause efeitos colaterais no sistema nervoso. Isso está, na verdade, ligado à Síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica que acomete determinado número de pessoas em todos os lugares do mundo. Os estudos evidenciam que a Síndrome de Guillain-Barré não é mais frequente em meninas vacinadas do que na população não vacinada”, afirmou.
Ao longo da vida adulta, explica Glauco Baiocchi Neto, a maioria das mulheres terá contato com o vírus. Porém, 90% delas apresentarão imunidade natural e 10% apen as terão chances de desenvolver as lesões pré-câncer. No caso das mulheres que já iniciaram a vida sexual, explica o especialista, as principais alternativas para prevenir o câncer de colo de útero transmitido pelo HPV são o uso de preservativo nas relações sexuais e a realização periódica de exame de Papanicolau e em alguns casos a pesquisa da presença do HPV de alto risco, que permite fazer o diagnóstico precoce da doença.
SAIBA MAIS SOBRE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO – Com mais de 16 mil novos casos esperados para 2016, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo do útero é o terceiro tipo mais comum da doença entre as brasileiras, atrás apenas dos tumores de mama e intestino. Mundialmente, segundo a OMS, o câncer de colo do útero apresenta as maiores taxas de incidência nas áreas menos desenvolvidas e, no Brasil, este cenário também está evidenciado. Enquanto no Sul e Sudeste do país o câncer de colo do útero representa 5% de todos os tumores nas mulheres, a taxa sobe para 11,4% no centro-oeste e explode no Nordeste e Norte no país, onde a doença equivale, respectivamente, a 20,5% e 23,1% de todos os casos de câncer que acometem as brasileiras.
De acordo com Glauco Baiocchi, dentre os modelos de rastreamento adotados no país o de câncer de colo do útero é o potencialmente mais eficaz. Isso porque, por meio da avaliação de rotina, é possível identificar e tratar lesões menos agressivas, seja em uma fase pré-câncer ou um câncer em fase inicial. Portanto, a junção entre vacinação contra o vírus HPV, sexo seguro e realização periódica do exame preventivo, são medidas com potencial de evitar que a doença exista.
VACINA PARA OS MENINOS – Desde janeiro deste ano, o Ministério da Saúde inclui no calendário nacional de vacinação a proteção de meninos. Estudo publicado pelo A.C.Camargo Cancer Center mostra que um em cada três tumores de boca em adultos jovens tem associação direta com o HPV, chegando a 80% nos casos de câncer de amígdala. A imunização dos meninos ajuda também na proteção contra câncer de pênis e ânus.
Seja integrante de nossos grupos de WhatsApp!
Falabarreiras Notícias 01
Falabarreiras Notícias 02
Falabarreiras Notícias 20
Falabarreiras Notícias 42
Falabarreiras Notícias 43
Falabarreiras Notícias 44
Falabarreiras Emprego 01
Falabarreiras Emprego 15
Falabarreiras Emprego 16
Falabarreiras Emprego 17
Falabarreiras Emprego 18