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Vida e Saúde

Gestantes devem tomar medicamento para náuseas e vômitos

Agilidade e escolha do fármaco mais seguro são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê

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Juliete Lino | Texto Assessoria

Náuseas e vômitos na gravidez (NVG) são sintomas considerados normais, que ocorrem em cerca de 85% das gestantes. Mas para algumas mulheres a história é mais complexa, explica o Dr. Antonio Cabral, doutor em Obstetrícia pela Unifesp e Professor titular de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Para 1% das mulheres grávidas esses sintomas evoluem para quadros graves de náuseas e de vômitos. É o que denominamos Hiperêmese Gravídica (HG), problema sério que precisa ser tratado de maneira adequada. As gestantes com Hiperêmese podem ter perda acentuada de peso (mais de 20% do peso pré-gestacional), desidratação e alterações metabólicas, que levam à piora do estado geral e repercussões importantes para a mãe e para o feto, necessitando de internação hospitalar”, explica o Dr. Cabral.

As mulheres que apresentam quadros de náuseas e vômitos considerados moderados a grave, ou seja, com sintomas sentidos até dez vezes ao dia, precisam de tratamento. Para a correta orientação dos médicos, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) publicou nova diretriz para o tratamento NVG. O documento auxilia os médicos, apresentando novos dados, estudos e as melhores opções de tratamento.

A nova diretriz da Febrasgo traz duas mudanças principais: a primeira trata da importância da intervenção precoce, pois como são considerados sintomas normais da gestação muitas vezes o assunto não é tratado da maneira correta. E esse retardamento pode provocar danos permanentes ao feto, pois ocorre desiquilíbrio metabólico.

“O tratamento imediato da NVG impede o surgimento de situações graves e potencialmente irreversíveis para a gestante e o seu bebê. Publicações recentes mostram que a deficiência de micronutrientes (minerais e vitaminas) decorrente da NVG pode resultar em embriopatias graves e comprometimento no neurodesenvolvimento, além da questão emocional e do trauma que uma gestação com quadro de vômitos e náuseas prolongados pode causar às mães”, ressalta o prof. da UFMG.

A outra mudança da nova diretriz da Federação destaca a ondansetrona, que passa a ser a primeira indicação de fármacos para o tratamento de NVG, pois além da efetividade e baixa incidência de efeitos colaterais é o único princípio ativo com estudos que comprovam a não interferência no neurodesenvolvimento dos bebês, segundo o estudo de Larrimer e colaboradores.

“Utilizar remédios durante a gestação é fonte de preocupação para as mães, e deve ser mesmo, mas em casos de NVG é necessário, principalmente para proteger a criança. Os fármacos disponíveis são todos seguros do ponto de vista da teratogênese, mas a ondansetrona, em especial, também se mostrou segura na não intervenção no neurodesenvolvimento futuro da criança exposta a ela durante a gestação. Essa segurança representa um dos principais motivos para o seu uso ampliado em todo o mundo”, relata o Dr. Antonio Cabral.

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