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TVE estreia série Deu a Louca na Copa com artistas baianos

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Daniela Castro | A Tarde

Baseada em ideia original de José Araripe Jr., série baiana tem imagem e som em alta definição | Cláudio Simões / Divulgação

Baseada em ideia original de José Araripe Jr., série baiana tem imagem e som em alta definição | Cláudio Simões / Divulgação

É véspera de jogo do Brasil na Copa do Mundo. E eis que, não mais que de repente, o dono de uma pensão se dá conta de que uma das paredes de seu empreendimento está voltada para o estádio onde a seleção canarinho promete balançar a rede adversária. Para garantir vista privilegiada, basta providenciar a abertura de uma janela na parede. Simples, não? Bom, nem tanto.

É assim que o roteirista Cláudio Simões dá o pontapé inicial de Deu a Louca na Copa, série baiana em cinco capítulos que estrea domingo, às 21h30, na TVE. Mas, até chegar ao fim, a história se transforma num grande imbróglio que se desenrola entre lances bem dosados de crítica social e humor.

“Não é um humor escrachado, exagerado. A graça está no tempo do texto, não na composição exagerada dos personagens”, ressalta Simões.

Além de se sentir à vontade na seara da comédia – também são de sua autoria peças como Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia e O Indignado – , ele ainda conta com o bom timing de atores como Aísha Marques, irretocável no papel de Fofa, a empregada da pensão de Seo Pepe, bem pensado para o ator Fernando Marinho.

A dupla, que parece bem afinada diante das câmeras, também comemora o resultado fora do set de gravação. “Salvador é uma cidade muito rica e tem uma cultura local extremamente ficcional. Temos bons dramaturgos e tudo para arrasar, encontrar nosso jeito peculiar de fazer”, comemora Aisha. Marinho também orgulha-se de fazer parte da empreitada: “Um investimento importantíssimo e fundamental, um passo à frente na realização de uma coisa essencialmente baiana”.

Padrão Fofa
Atores como Luiz Pepeu, Celso Júnior, Evelin Buchegger e Lucio Tranchesi também foram escalados para a produção, que nasceu de uma ideia de José Araripe Jr., diretor geral do Irdeb.

“É um sonho acalentado há muito tempo. Ainda é pouco o que estamos fazendo. Mas a lógica é a de subir uma escadinha”, avalia Araripe. “No sentido clássico de televisão, acho que chegamos perto da sitcom”.

Eis uma boa definição para Deus a Louca na Copa, se levarmos em conta a confusão que se delineia já no primeiro episódio, que a reportagem de A TARDE assistiu com exclusividade na ilha de edição da TVE.

Tudo porque Fofa, que não é boba nem nada, vê na ideia de Seo Pepe uma oportunidade de faturar uma grana extra. É então que ela decide transformar a copa da pensão em um espaço VIP, restrito a quem puder pagar por uma pulseirinha de acesso.

Ao exigir R$ 2 de uma hóspede por um copo d’água, a personagem justifica-se: “É o padrão Fofa”. Quando a filha de Seo Pepe protesta sobre o confisco de seus CDs de pagode, a dona do pedaço também tem a resposta na ponta da língua: “O pagode agora é meu”.

Para rir e refletir
“A ideia é fazer uma crítica bem-humorada”, diz o diretor Jairo Eliodoro, que reforça a importância do roteiro. “Quando são dados os caminhos do conflito, de acordo com o seguimento do roteiro, a problemática se resolve no texto”.

Nos diálogos afiados, a corrupção também vira alvo de piada. Acontece, por exemplo, quando um suposto fiscal vivido por Lucio Tranchesi tenta cobrar um adicional “ipeteúnico” sobre a construção da tal janela voltada para o estádio.

Outro bom momento é quando o pedreiro Aloísio (Luiz Pepeu) insiste em defender que seu ofício é o de professor. A reação dos demais personagens é uma só: “Ô, coitado!”. Bom para rir, bom para refletir.

Programe-se
Programa: Deu a louca na copa
Quando: Estreia domingo, às 21h30 / Reexibição em capítulos, de segunda a sexta, às 13h
Onde: Canal TVE