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Produtores baianos recuperam primeira nascente de rio em São Desidério, no oeste da Bahia
É da água da nascente recentemente protegida que o casal Levi Alves da Silva e Marialva dos Santos Silva mata a sede, toma banho e utiliza a água para as atividades domésticas. “A água vem o ano todo. E esse trabalho de proteger a nascente é uma segurança de que nunca vai faltar”, acredita o casal, que juntamente com outras 12 famílias se beneficiam diretamente da nascente de Jataí, batizada na última sexta-feira (2) com o mesmo nome da localidade, que passou a integrar uma base de dados nacional.
Depois do diagnóstico da área, os integrantes do curso utilizaram a técnica “Caxambu” que protege o afloramento do lençol por meio uma cobertura construída naturalmente com pedra e argila, evitando o acesso do afloramento do pisoteio do gado e do assoreamento com terra carregada pelas chuvas. “Estimamos que nesta nascente sejam produzidas 200 mil litros de água por dia. Embora, aparentemente, não haja nenhum tipo de obstrução do ‘veio d’água, a técnica é importante para proteção futura e melhor uso de quem precisa de água perene e potável”, explica o agrônomo Renato Rios, responsável pelo treinamento de recuperação para que seja replicado nas próximas nascentes.
Na estrada próxima ao afloramento, foram escavadas pequenas valas na lateral ´barraginhas´ para impedir o assoreamento do ‘veio’ pela força das águas das chuvas. O perímetro de 50 metros no entorno da nascente também foi cercado para impedir a circulação de animais, principalmente o pisoteio do gado. O secretário de meio ambiente de São Desidério, Joacy Carvalho, reforça a importância do trabalho executado em parceria dos agricultores por meio da Abapa e da Aiba. “Temos mais de 400 nascentes mapeadas e devem existir mais afloramentos. Já havíamos protegido outras duas nascentes. Os produtores ajudaram a impulsionar este projeto”, afirma.
Para o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, os produtores da região estão cada vez mais preocupados com o meio ambiente. “Um estudo da Embrapa mostra que os agricultores são quem mais preservam o meio ambiente, e mostra que 64% do cerrado da oeste da Bahia encontra-se preservado, sendo a maioria em área dos próprios produtores. Quando falamos do uso das águas, somente 8% da produção da região é irrigada, sendo utilizado o regime de chuvas para plantar grãos. O incentivo na recuperação das nascentes, juntamente com a adoção de técnicas de produção sustentáveis, mostra o quanto somos preocupados com os rios e com o meio ambiente”, reforça. Além de São Desidério, os agricultores começam a negociar a recuperação de nascentes junto aos municípios de Barreiras e Riachão das Neves.
Fonte: Ascom Abapa | Araticum Comunicação
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