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Portadores de fibrose sofrem com falta de remédio na Bahia

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A Tarde

Estado deveria fornecer 12 mil ampolas do medicamento por mês, mas só libera 504 desde dezembro | Reprodução

Estado deveria fornecer 12 mil ampolas do medicamento por mês, mas só libera 504 desde dezembro | Reprodução

Os portadores de fibrose cística na Bahia estão há quatro meses sofrendo com a falta do medicamento pulmozyme no Sistema Único de Saúde (Sus). A também portadora da doença, Ana Brayner, de 66 anos, entrou em contato com o canal Cidadão Repórter, do Portal A Tarde, para contar que há pelo menos um mês não faz uso do medicamento, que é fornecido pelo Centro de Referência de Fibrose Cística da Bahia do Hospital Otávio Mangabeira.

Ana teve o diagnóstico da doença há três anos e, desde então, recorre à unidade para uso do medicamento e de nebulização diária. Segundo ela, a justificativa dada pelos funcionários do centro de fibrose é de que o estado não tem verba suficiente para arcar com os custos do produto.

De acordo com o vice presidente do Núcleo de Fibrose Cística da Bahia, Cristiano Araújo, o medicamento está em falta na unidade desde dezembro de 2013. “Entramos em contato com o estado e eles sempre dizem que vai chegar, mas nunca chega. Quando mandam, é uma quantidade tão pouca que acaba em dois dias e é passada para os pacientes em situações mais graves”, disse.

Araújo informou que a quantidade ideal para suprir a demanda na Bahia é em torno de 12 mil ampolas do medicamento por mês, mas o fornecido desde dezembro não ultrapassa o número de 504 ampolas mensais. “Com a falta do medicamento o número de internações aumentou 100% praticamente. A situação está caótica”, concluiu.

Ainda segundo ele, o que é entregue no Hospital Otávio Mangabeira, às vezes é dividido entre os próprios pacientes, que colaboram uns com os outros para não faltar para ninguém.

Além do Otávio Mangabeira, o Hospital das Clínicas, localizado no bairro do Canela, também auxilia no tratamento, mas a demanda é bem menor. Conforme Araújo, associações de outros estados acabam emprestando o medicamento quando a demora é demasiada.

As farmácias que fornecem o pulmozyme, vendem a caixa a cerca de R$ 8 mil, que auxilia no tratamento por 28 dias.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o processo de aquisição do medicamento pulmozyme já foi finalizado e a distribuição deve ser regularizada na próxima semana.

A secretaria alega que o atraso na compra do produto ocorreu em função do preço apresentado na licitação ter sido maior do que o preço tabelado. Após um segundo processo licitatório, quando o preço apresentado correspondeu ao pré-estabelecido, a compra pode ser efetivada.