Pai de Neymar é interrogado hoje em Madrid

Sandra Cristina – Correspondente na Espanha

O pai e representante do atacante do Barcelona Futebol Club, Neymar, declarou hoje em Madrid, Espanha, perante o juiz Pablo Ruz que o Real Madrid ofereceu por seu filho 150 milhões de euros ao Santos, mas que seu filho preferiu fechar com o Barça.

Uma testemunha presente ao interrogatório de Neymar da Silva Santos, assegurou que este tem defendido todos os pontos dos contratos que realizou com o Barça. O Barça paga dois milhões de euros para Neymar pai exercer a função de “olheiro” no Brasil, gestões que, segundo ele, têm permitido a contratação de três jogadores por parte do clube catalão por 7,9 milhões de euros. O mais caro desses jogadores é Victor Andrade, que custou 3,2 milhões de euros e que foi transferido sem custo nenhum ao Benfica.

O pai de Neymar colocou em evidência, segundo fontes jurídicas, duas contradições do anterior presidente do Barça, Sandro Rosell, que declarou como imputado no pasado mês de junho. A primeira foi negar a existência do escritório Neymae & Neymar em Barcelona. A segunda foi sobre a decisão de adiantar 10 milhões de euros para conseguir o contrato com o jogador. Rosell contou que foi o falecido treinador Tito Vilanova quem lhe pediu para asegurar-se do contrato enquanto que o pai de Neymar afirmava que em realidade foi o Santos, clube de procedencia do jogador, que pediu para adiantar a operação para obter um benefício, antes que o atacante ficasse “livre” no mercado.

O Barcelona tem reservado suas propostas para este ano de 8,8 milhões de euros para fazer frente a possíveis responsabilidades e sanções derivados do caso Neymar, sobre a suposta fraude na contratação do jogador brasileiro. Este dinheiro se soma aos 13,5 milhões que a entidade azulgrana havia reservado até o momento desde que no mês de dezembro pasado, o juiz da Audiência Nacional, Pablo Ruz, abriu a investigação. Assim explicou, segundo fontes jurídicas, o diretor financeiro do clube, Nestor Arnela, que declarou hoje como testemunha perante o magistrado.

Amela assegurou que leu e releu minuciosamente todos os contratos que ligam o jogador brasileiro com o clube catalão e lhe pareceu todos corretos, segundo fontes representantes do interrogatório. Também se assegurou que não teve conhecimento de que a consultora Deloitte, alertara de possíveis irregularidades na contratação de Neymar e nem que o Barça tivesse que tributar pela penalização de 10 milhões adiantados ao Santos.

Ruiz investiga os 10 contratos que o Barça firmou com a empresa do pai de Neymar e com o Santos para incorporá-lo à equipe no início da temporada 2013-2014. Segundo a Agência Tributária, o clube catalão deixou de abonar pelo menos 9,1 milhões de euros à Fazenda em relação com o Imposto sobre a Renda dos Não Residentes (IRNR) e o Imposto sobre a Renda de Pessoas Físicas (IRPF) ao não tributar por pagos no valor de 37,9 milhões de euros que se realizaram entre 2011 e 2013.

Rosell declarou no passado mês de junho que a contratação de Neymar custou 57,1 milhões de euros e defendeu a legalidade da operação apesar de que no momento, nao leu as “letras pequeñas” dos contratos.

Na última sexta-feira o juiz rejeitou a acusação do atual presidente do Barça, Josep Maria Bartolomeu, e do vicepresidente econômico, Javier Faus, ao considerar que neste momento da investigação não existem “elementos suficientes” para que sejam investigados.