Nota sobre a proibição das vaquejadas pelo STF e as manifestações da Associação de Vaquejadas

Christian do Valle

“Submeter centenas de animais a uma viagem estressante para serem forçados a participar de uma manifestação só mostra, mais uma vez, como essas pessoas não estão preocupadas em causar sofrimento aos animais para servir aos seus propósitos”, afirmam as organizações de proteção animal.

Práticas tradicionais, intrinsecamente cruéis, rinhas e touradas, são proibidas no Brasil. Rodeios, vaquejadas e animais em circos vêm sendo proibidos em municípios/estados, refletindo o atual nível público de conhecimento sobre a capacidade dos animais.

Vaquejada é prática deseducativa que estimula violência. Não se pode em nome da cultura permitir exploração do sofrimento animal, nem se considerar esporte onde existe um contendor em desigualdade absoluta de condições.

É impossível controle de bem-estar animal em vaquejadas, como provam relatórios veterinários, e artifícios como “protetor de cauda” só tentam disfarçar lesões a bovinos. Laçadas/derrubadas são técnicas ultrapassadas, que podem causar lesões irreparáveis e morte. Hoje, em fazendas, os animais são levados a currais para qualquer tipo de tratamento/manejo.

Esta também é a opinião do público em levantamento feito pela gazetaweb (1 milhão de votantes: 38% a favor, 61% contra vaquejadas) e pelo próprio Senado (13 mil a favor e 40 mil contra projeto de lei que considera vaquejadas/rodeios patrimônio cultural).

Porém, a Associação de Vaquejadas, na contramão do fluxo civilizatório e desesperada com a decisão do STF, está bancando manifestações. Temem por seu lucro com criação/venda de cavalos, e contratos de publicidade e shows musicais que poderiam continuar, porém sem o uso de animais.

Representando 128 Organizações da Rede de Afiliadas do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e, com certeza todas, as entidades brasileiras e indivíduos com consciência, Dra. Vania Nunes, veterinária e Diretora Técnica do FNPDA foi convocada pela Comissão de Esporte da Câmara de Deputados para apresentação em Audiência Pública no dia 25/10 às 14h30 no Congresso Nacional, onde sua exposição deixará bem claros o primitivismo, crueldade e selvageria da prática de vaquejada.

SOBRE O FÓRUM NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA ANIMAL
Com mais de 15 anos de atuação, o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA) é a maior rede de proteção animal do Brasil, com 128 entidades afiliadas em todas as regiões do país.

O FNPDA atua na disseminação do respeito, proteção e defesa dos animais – lutando para construir uma sociedade onde a compaixão pela vida animal seja um valor nacional, compartilhado por todos os brasileiros.

Além disso, as afiliadas do FNPDA provêem cuidado direto para milhares de animais que são vítimas de abuso, abandono ou tráfico.

Apoio: Sociedade Vegetariana Brasileira – SVB