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Miolo vai fabricar suco de uva na Bahia

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Juliana Brito | A Tarde

Única empresa vinícola da Bahia, a Miolo Wine Group anunciou um investimento de R$ 20 milhões em Casa Nova, município da microrregião de Juazeiro.

Nos vinhedos da Ouro Verde são produzidas as uvas tintas e brancas | Miolo/Divulgação

Nos vinhedos da Ouro Verde são produzidas as uvas tintas e brancas | Miolo/Divulgação

O montante vai ser aplicado na expansão da produção de vinhos, espumantes e destilados (brandy) e no início da fabricação de suco de uva integral, que deve começar em 2016, com uma produção inicial de dois milhões de litros ao ano.

Superintendente da empresa, Adriano Miolo afirma que o mercado de sucos integrais é o que mais cresce no país, no setor vinícola.

“Há dez anos, o Brasil produzia 10 milhões de litros. Em 2014, serão mais de 100 milhões de litros”, diz Adriano.

O país figura entre os dez maiores produtores mundiais desse suco e já exporta para países do continente europeu, China, Japão, Canadá e até para os EUA, maior produtor mundial dessa bebida.

A produção do suco da Miolo já teve início no Rio Grande do Sul – onde a empresa tem sede, no Vale dos Vinhedos -, mas deve ser transferida para a Bahia assim que os novos vinhedos e as novas instalações industriais estiverem prontos em Casa Nova.

Miolo diz que a vantagem da propriedade baiana são as duas safras anuais, que proporcionam uma produção do suco durante o ano inteiro , ao contrário do Rio Grande do Sul, onde isso só é possível durante dois meses do ano, exigindo a estocagem.

“Ao contrário do vinho, o suco tem validade de um ano e meio, dois anos. Quanto mais jovem a bebida, melhor”, explica Miolo.

Variedades da Embrapa Na Vinícola Ouro Verde são produzidas as uvas brancas Moscatel, Sauvignon Blanc, Verdejo e Chenin Blanc, e as uvas tintas Syrah, Cabernet Sauvignon e Tempranillo. Mas essas não serão usadas na fabricação do suco.

A nova produção da Miolo vai contar com quatro “garotas”, desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho, a partir de variedades de mesa americanas: Magna, Isabel Precoce, Violeta e Cora.

“São variedades diferentes, bem aromáticas, usadas para a produção de vinhos de mesa”, diz Adriano Miolo.

A marca, que detém 30% do mercado nacional de vinhos finos, é a terceira maior produtora de espumantes e a maior de destilados do país. Essa última produção teve início em 2005, em parceria com o grupo espanhol Osborne.

“Queremos fazer com o suco de uva o que fizemos com o destilado, que é algo que não existia aqui e hoje nós somos líderes de mercado no Brasil”, diz Adriano.

Ele acredita que, em uma década, a produção de suco de uva deve atingir 25 milhões de litros ao ano.

“É uma produção que, apesar de existir há algum tempo, só agora começa a receber investimentos no Brasil. Ainda tem muito espaço para crescer”, afirma Miolo.

Investimentos devem impactar no enoturismo em Casa Nova

Os investimentos da Miolo em Casa Nova devem ter impacto, também, no enoturismo local. A atividade, que teve início na Vinícola  Ouro Verde em 2008, hoje responde por 10% do faturamento.   Por ano, a propriedade recebe 30 mil turistas. “Foi um resultado acima das nossas expectativas”, afirma o superintendente da empresa, Adriano Miolo.   A estrutura da visitação engloba cantina, cave subterrânea, engarrafamento, destilaria, sala de degustação e varejo com todos os produtos da marca. O visitante passa por uma rica experiência.

Passeio no rio A Ouro Verde também faz parte de um projeto da Bahiatursa denominado de Vapor do Vinho –  um tour de quatro dias pelas águas do  rio São Francisco.   “Não é só um canal de vendas, mas a oportunidade de ter a experiência de visitar as instalações. E isso trouxe um impacto para a gastronomia e hotelaria locais”, avalia Adriano Miolo.   Segundo ele, na conversa com o governador Jaques Wagner, há duas semanas, além de infraestrutura para a região, foi pedido, ainda, que sejam dadas condições aos pequenos empreendedores da localidade, para que  invistam nessa atividade.