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Menina de 8 anos muda de sexo
Sandra Cristina – correspondente na Espanha
Aos 3 pedia para que lhe cortassem o pênis.
Cristina Palacios, mãe da pequena Sara, tem muito claro, “Sara é uma menina”. Ainda que quando nasceu se chamava Hugo, desde muito pequeno deixou claro que não se sentia à vontade nem com seu nome e nem com seu corpo masculino. Assim foi como explicou a mãe depois de passar por vários psicólogos. Agora, segundo seus pais, Hugo, ou melhor, Sara, poderá vestir-se com roupas femininas e comportar-se como uma menina em casa, no seu círculo social e também na escola.
Segundo explicou sua mãe diante dos especialistas reunidos em Galícia, norte da Espanha, desde que Hugo começou a caminhar tirava a roupa de menino e adorava colocar na cabeça uma toalha como se fosse um cabelo comprido como as mulheres.
Sua preferência por bonecas e seu desejo de ser mulher quando fosse maior de idade a levava, inclusive a esconder suas genitálias masculinas e pedir que seus pais cortassem seu pênis quando tinha somente 3 anos de idade.
Agora, com 8 anos, Hugo, que agora é Sara já não é chamada mais de “gay” na escola. Ainda que encontraram muitas dificuldades, agora a família da pequena Sara assegura que ela é uma criança feliz e agradecem a atitude de sua professora, que soube apoiá-la e respeitá-la, o que não se passou com o primeiro psicólogo que consultaram em Lugo, sua cidade natal. Na primeira visita, o profissional recomendou que os pais corrigissem a conduta da criança incentivando jogos com meninos ou mesmo esperar mais uns anos. Com esse psicólogo, os pais nunca mais voltaram a consultar.
Cristina Palácios, a mãe, aproveitou sua experiência para recordar que, segundo as estatísticas, só em Galícia existem muitos casos de transexualidade infantil, mesmo sabendo que o de sua família foi pioneiro. Por isso, quer apoiar todas as famílias para que seus filhos não sofram com a discriminação e possam, desenvolver-se como são.
“Em Galícia a transexualidade infantil é um tabu” explica os pais de Sara que ainda pedem para Galícia uma lei de transexualidade para crianças como já existe na região de Andaluzia e apoio dos psicólogos e especialistas, para que chamem as coisas por seu nome, ou seja, transexualidade e que orientem os pais a lutarem contra a discriminação. “O menor deve decidir como quer ser, os psicólogos devem ser facilitadores”, conta a mãe de Sara, que aponta que quanto antes os trâmites legais autorizem, os menores serão mais felizes. “Por cima de tudo está nossa filha e seu direito de ser menina”, desabafa.
Quanto à cirurgia para a mudança de sexo, ainda não existe uma previsão.
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