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Marina sinaliza apoio a tucano

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Portal O Tempo

Derrotada após ascensão meteórica, votos conquistados por ela são alvo de PT e PSDB

1São Paulo. Se em 2010 o terceiro lugar na corrida presidencial foi comemorado como uma vitória por Marina Silva, ficar na mesma posição este ano tem gosto amargo de derrota. Mas os pouco mais de 20 milhões de votos conquistados por ela são agora alvo da disputa dos dois candidatos do segundo turno, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), que parece ter saído na frente pelo apoio da candidata do PSB.

Em seu discurso ontem à noite após a derrota, Marina sinalizou uma inclinação em apoiar o tucano, ao afirmar que “o Brasil sinalizou claramente que não concorda com o que aí está” e que reivindica uma “mudança qualificada”, apesar de não ter dado respostas diretas sobre eventual apoio à candidatura do PT ou do PSDB e de deixar em aberto a opção de repetir a neutralidade de 2010.

“Eu assumi a postura de não me recolher numa anticandidatura, o que pode ser uma tendência. Assumi o compromisso da mudança indo apoiar Eduardo Campos”, disse durante coletiva de imprensa. Ela pontuou em diversos trechos de sua fala, contudo, que a aliança dependerá de coerência e compromisso com o programa de governo, elaborado com os partidos da coligação que a apoiaram.

Questionada sobre um possível apoio a Dilma, Marina também não respondeu diretamente, mas deu outra sinalização de alinhamento com o PSDB. “Nosso programa é coerente com outro caminho, com outra maneira de caminhar. Temos que ser coerentes com o movimento que representamos de mudança qualificada. A sociedade brasileira está dizendo que não quer o que está aí, da forma que está aí”.

Marina repetiu a mensagem que havia sido colocada pouco antes pelo presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, de que os partidos coligados vão se reunir internamente e tentarão tirar uma posição conjunta. A coligação é formada por PSB, PPL, PPS, PRB, PHS e PSL, além da Rede Sustentabilidade de Marina, que apesar de não ser legalmente um partido é tratado como estrutura independente dentro da coligação. “Decidimos que queremos tomar uma posição conjunta, mantendo aquilo que nos uniu que é o programa. Todos os partidos farão reuniões e estaremos dialogando entre nós”, disse a candidata. Apesar disso, seu vice na chapa, Beto Albuquerque foi mais enfático no apoio ao tucano. “Eu pessoalmente tenho muita dificuldade (de apoiar a Dilma). Eu como gaúcho não sou um homem de levar desaforo para casa”, afirmou sobre os ataques petistas na campanha.

Corrida. E a largada pelo apoio de Marina e do PSB foi dada. Aliados de Aécio já esboçaram uma lista de integrantes do PSB e do grupo político da candidata a serem procurados para construir as pontes de uma declaração de apoio. Em 2010, quando disputou o Palácio do Planalto pelo PV, a ex-ministra preferiu não escolher entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Agora, os tucanos apostam que os ataques da campanha petista e o discurso mudancista de Marina vão levá-la a apoiar Aécio.

A exemplo dos petistas, o PSDB também quer buscar o apoio da família de Eduardo Campos, que presidia o PSB nacional e morreu em agosto. Antes da apuração das urnas, pelo menos um integrante da campanha de Paulo Câmara, eleito governador de Pernambuco, teria indicado a disposição do grupo de apoiar o tucano no segundo turno. Além disso, o atual governador do Estado, João Lyra Neto, declarou ontem à noite seu apoio ao tucano.

Aceno. A campanha da presidente Dilma também procurará a candidata e seu partido, segundo informação da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti. Questionada sobre os mais de 20 milhões obtidos por Marina e se o governo petista procuraria a candidata que ficou em terceiro lugar nas eleições deste ano, Ideli foi direta: “Provavelmente sim, mas não serei eu”, disse.

Segundo Ideli, o pronunciamento de Dilma hoje (ontem) já significou ‘um aceno ao PSB’”. Dilma citou a tragédia que matou o candidato Eduardo Campos (PSB) e que fez, em agosto, Marina ser catapultada à candidatura presidencial. “A presença da Marina tem uma peculiaridade. Ela não é do PSB, ela está no PSB. O aceno de hoje (ontem) é para mostrar ao PSB que nós continuamos no mesmo lugar. Lembrar que eles estiveram conosco em todos os momentos desde a eleição de 1989 e que até outubro de 2013, há exatamente um ano apenas, eles faziam parte do governo Dilma”, disse Ideli.

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