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Embrapa e Fundação Bahia lançam três novas cultivares transgênicas de algodão com alta produtividade e qualidade superior de fibra

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Ascom Embrapa

Algodão | Foto: Sérgio Cobel

Alta produtividade, estabilidade de produção, fibra de qualidade superior, além de resistência às principais lagartas que atacam o algodoeiro e ao herbicida glifosato. Essas são algumas das características das três novas cultivares de algodão que a Embrapa e a Fundação Bahia disponibilizam aos cotonicultores. O lançamento das cultivares BRS 430 B2RF, BRS 432 B2RF e BRS 433 FL B2RF acontecerá durante a Bahia Farm Show, que acontecerá de 30 de maio a 3 de junho, em Luís Eduardo Magalhães, na região Oeste do Estado. O evento de apresentação das cultivares aos produtores, técnicos e parceiros será realizado em paralelo à feira, na sede da Fundação Bahia, dia 31 de maio.

As novas cultivares de algodão têm a tecnologia Bollgard II Roundup Ready Flex (B2RF, da Monsanto), que conferem a resistência ao glifosato e a lagartas. “A três cultivares possuem transgenia para resistência a lagartas, com dois genes Bt (Bacillus thuringiensis), o que reduz a necessidade de uso de inseticidas para o controle de lagartas; além disso, possuem resistência ao herbicida glifosato, permitindo a pulverização com glifosato para controle de plantas daninhas, sem a necessidade de utilização de herbicidas não seletivos em jato dirigido”, afirma o pesquisador Camilo Morello, líder do programa de melhoramento genético do algodoeiro na Embrapa.

As cultivares BRS 432 B2RF e BRS 430 B2RF destacam-se pelo elevado potencial produtivo. A produtividade em pluma das duas cultivares foi superior à das cultivares usadas como testemunhas, em oito de dez ambientes nos estados de Goiás, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Piauí, na safra 2015/2016. A produtividade média é superior a 4.500 quilos (300 arrobas) de algodão em caroço por hectare e a produtividade máxima pode ultrapassar seis mil quilos (400 arrobas) de algodão em caroço por hectare.

Ambas são indicadas para os cerrados da Bahia e demais estados do Matopiba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, sendo a BRS 432 B2RF própria para a abertura do plantio em primeira safra e a BRS 430 B2RF para o meio e fechamento do plantio em primeira safra ou para segunda safra no cerrado do Centro-Oeste (safrinha). O rendimento de fibra médio da BRS 432 B2RF é de 42% e o da BRS 430 B2RF é de 40%.

“Com as cultivares BRS B2RF nós disponibilizam os genética adequada ao ambiente tropical, para que os cotonicultores brasileiros obtenham alta produtividade, estabilidade de produção, fibra de qualidade superior, resistência as doenças, além da resistência às principais lagartas e ao herbicida glifosato,” sintetiza Camilo Morello.

Primeira cultivar transgênica de fibra longa
A BRS 433 FL B2RF é a primeira cultivar de algodão transgênico de fibra longa do Brasil. O novo material possui comprimento de fibra superior a 32,5 mm, e elevada resistência (acima de 34 gf/tex), características consideradas ideais pela indústria têxtil para a fabricação de tecidos finos destinados à fabricação de roupas. O comprimento médio das fibras atualmente disponíveis no mercado é em torno de 30 milímetros. Hoje o Brasil importa fibras longas para misturar com fibras médias e produzir um fio de melhor qualidade. A nova cultivar pode ajudar a suprir a demanda interna por fibra longa.

A cultivar tem porte médio e ciclo longo, portanto é indicada para a abertura do plantio nos cerrados da Bahia e demais estados do Matopiba (Maranhão, Piauí e Tocantins), além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Também é recomendada para o cultivo em condições irrigadas do semiárido do Nordeste. O potencial produtivo é superior a 4.500 quilos (300 arrobas) de algodão em caroço por hectare com rendimento de fibra em torno de 38%.

“Atualmente o Brasil não produz algodão transgênico com esta qualidade de fibra e, por isso, a nova cultivar representa uma oportunidade para atender essa demanda. A maior parte da fibra de qualidade superior é importada de países como o Egito, Estados Unidos e Peru”, avalia o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão (PB), pesquisador João Henrique Zonta.

O pesquisador orienta que em lavouras de algodão geneticamente modificado para resistência a insetos (Bt) é recomendado cultivar 20% da área com cultivares não Bt, como é o caso das cultivares BRS RF, também desenvolvidas pela Embrapa e Fundação Bahia. “Essa área é chamada de refúgio e tem por objetivo evitar a multiplicação de insetos resistentes e consequentemente a perda da tecnologia”, explica Zonta.