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Congresso Nacional de Mulheres do Agro teve representação do oeste baiano
Cátia Andreia Dörr
Qual é o perfil das mulheres que atuam no agronegócio brasileiro? O cenário até então liderado por homens está mudando. É o que revela uma pesquisa inédita divulgada no Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio promovido nos dias 25 e 26 de outubro, em São Paulo. Um grupo de mulheres ligadas ao quadro de cooperados da Cooperfarms- (Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia) esteve presente.
Segundo a pesquisa, das 301 mulheres ouvidas, 88% declaram independência financeira, mais de 50% possuem ensino superior – sendo 25% com pós-graduação e mais de 55% acessa internet todos os dias. O perfil começou a ser traçado em novembro do ano passado, através de uma parecia entre entidades do setor e iniciativa privada, e ouviu mulheres de todo o país, com ênfase nas regiões de centro-oeste, sudeste e sul.
O levantamento revelou ainda, que 57% das entrevistadas participam ativamente de sindicatos e associações rurais e dois terços são casadas.
O evento reuniu agricultoras, pecuaristas, produtoras integradas e cooperadas, executivas de corporações, profissionais da indústria, sucessoras e empreendedoras do agronegócio e destacou a relevância feminina para o avanço inovador, rentável, sustentável e ético do setor.
Na pauta, palestras e painéis de debates apresentados por acadêmicos, cientistas e renomados profissionais do agronegócio, com temas como gestão operacional em propriedades agrícolas e pecuárias, sustentabilidade, administração rural, comercialização, sucessão, além de vários aspectos estratégicos como governança, certificações, rastreabilidade, política de crédito, cooperativismo, questões fundiárias e legais e outros.
“Foi algo surpreendente! Estávamos em aproximadamente 800 mulheres representando todas as regiões do país, muitas na linha de frente dos negócios. Deu para sentir a força da mulher no agronegócio! Sua participação e influência positiva na tomada de decisão”, garantiu a cooperada, engenheira agrônoma Zirlene Zuttion.
Natural de Piracanjuba/GO, Zirlene chegou no oeste baiano na metade da década de 80, a convite do Ministério da Agricultura e da Cooperativa de Produtores de Grãos Ltda (COPERGEL), no trabalho de restaurações de projetos de irrigação financiados pelo Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC).
Segundo a produtora rural, a ideia é disseminar e fortalecer a iniciativa na região oeste, estendendo o convite à novas adeptas, para juntas estruturem a implantação de um Núcleo Regional de Mulheres do Agro. “A região teve uma participação bastante significativa de mulheres no congresso e isso nos fortaleceu. Inclusive, já criamos um grupo para iniciar esse projeto”, disse. Zirlene foi sócia fundadora da Cooperfarms e a primeira engenheira agrônoma a atuar no oeste baiano.
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