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Campanha Setembro Verde alerta a população para a importância da doação de órgãos

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Ana Paula Soares

Idealizada pelo cirurgião cardiovascular doutor Lima, a campanha contará com ações de conscientização em todo o País; mais de 33 mil brasileiros esperam um transplante

campanha-setembro-verde-alerta-a-populacao-para-a-importancia-da-doacao-de-orgaos-01Para conscientizar e alertar a população sobre a importância da doação de órgãos começa nesta quinta-feira (1º de setembro) a campanha nacional Setembro Verde. Idealizada pelo cirurgião cardiovascular doutor Lima, coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), a campanha, que está na terceira edição, contará com diversas ações em 21 estados brasileiros que já aprovaram o projeto de lei que institui o Setembro Verde.

Com o slogan Doe órgãos, salve vida!, a campanha lembrará também o Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro. Durante todo o mês, diversos monumentos e pontos turísticos das cidades brasileiras ficarão iluminados de verde para chamar a atenção da população sobre a necessidade da doação de órgãos.

Na cidade de São Paulo serão realizadas diversas atividades educativas e de lazer. Cerca de 100 abrigos de ônibus da capital, o Obelisco do Ibirapuera e o Viaduto do Chá ficarão coloridos de verde. Uma caminhada está programada para ocorrer no dia 24 de setembro, no Parque do Ibirapuera. Haverá, ainda, celebração ecumênica, na Catedral da Sé, além de distribuição de material explicativo sobre a doação de órgãos, na Praça da Sé.

Em 2015, cerca de 200 municípios, de 20 estados brasileiros, realizaram ações durante o Setembro Verde. O Teatro Amazonas, em Manaus, foi um dos pontos turísticos coloridos. “O intuito da campanha é mobilizar, gerar informação e chamar a atenção da população para a causa, que é de suma importância para a sociedade brasileira”, destaca o doutor Lima.

Além de mobilizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos, a campanha também tem o intuito de fomentar a discussão para a criação de leis que amparem o transplantado e seus familiares durante a doação de órgãos. “Queremos criar um instituto para a prestação de serviços gratuitos para os pacientes que estão em fila aguardando um órgão e seus familiares, além de ganhar forças para a regulamentação de uma central de captação de órgãos no país todo”, explica o cirurgião cardiovascular, ao lembrar que a recusa familiar é o principal motivo para a baixa da doação.

Panorama da doação de órgãos no Brasil
Pesquisa inédita mostra que a taxa de doadores efetivos de órgãos no Brasil aumentou no segundo trimestre de 2016, passando de 13,1 doadores a cada um milhão de habitantes para 14. Apesar do crescimento, o número ainda está abaixo do esperado para o período, que é de 16 doadores efetivos a cada um milhão de habitantes.

Outro dado que chama atenção é o baixo aproveitamento de órgãos dos potenciais doadores. No último semestre, apenas 29% dos órgãos doados foram aproveitados e o restante (71%) não foi utilizado. Enquanto que em países desenvolvidos, o índice de aproveitamento varia entre 60% e 70%. “Um dos motivos que impedem o melhor aproveitamento é a recusa familiar. No Brasil, 44% das famílias não autorizam a doação”, explica o doutor Lima.

Mais de 33 mil aguardam na fila
A pesquisa aponta que o número de pessoas em fila aguardando um órgão cresceu em relação ao primeiro semestre de 2015, quando 32 mil pessoas esperavam uma doação. Hoje, 33.199 brasileiros aguardam a doação de um órgão. O estudo também chama a atenção para o número de mortes em fila. Um exemplo disso é que 267 pessoas ingressaram na fila aguardando a doação de um coração, sendo que 87 morreram, ou seja, aproximadamente 40% das pessoas. A espera por um coração pode chegar a dois anos.

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