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Brasília e região nordeste sentem impactos da mudança global do clima

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Capital do País vive o primeiro racionamento de água, enquanto a mais longa seca da história castiga os estados nordestinos

Brasília vive dias de racionamento de água | Foto: Reprodução http://www.ebc.com.br/

Brasília vive dias de racionamento de água | Foto: Reprodução http://www.ebc.com.br/

Apesar das chuvas de forte intensidade serem habituais na maior parte dos municípios brasileiros durante o verão, Brasília passa pelo primeiro racionamento de água da história do estado, que teve início no último dia 16. A preocupação com o baixo volume deve-se ao fato de o reservatório abastecer 65% da população da capital do país, número que representa cerca de 1,6 milhões de pessoas. A região nordeste também sente a seca acima da média nesta época do ano, com chuvas abaixo da média desde 2010.

Em Brasília, o calor excessivo e as chuvas abaixo do esperado para o período, contribuíram para que Barragem do Descoberto atingisse a menor marca da história (18,94%), justamente no mês seguinte ao mais quente da história, época que as chuvas eram esperadas.

“O que acompanhamos nos últimos anos é que a mudança global do clima contribuiu significativamente para tornar os eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, ou seja, as chuvas e os vendavais estão ficando mais fortes, assim como as épocas de estiagem são mais severas”, afirma o engenheiro florestal André Ferretti, gerente de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

“É imprescindível que os gestores públicos incorporem ao planejamento urbano a proteção ambiental e o chamado risco climático. Uma forma segura, inteligente e econômica de fazer isso é manter os ecossistemas naturais funcionando bem, para que eles contribuam na adaptação das sociedades aos impactos da mudança climática”, explica Ferretti. “A população também pode contribuir ao conservar áreas naturais, diminuir o uso de combustíveis fósseis para combater a emissão de gases de efeito estufa, coletar água da chuva e ampliar o conhecimento sobre os ecossistemas”, complementa Ferreti.

Aliar esse viés de planejamento que considera o risco climático à proteção dos ambientes naturais é o que preconiza o conceito de “Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE)”, que vem crescendo mundo afora e é abordado em estudo pioneiro elaborado pela Fundação Grupo Boticário (clique aqui para ler o estudo).

Desastres naturais em crescimento
Entre os tipos de desastres estão estiagem e seca, inundação e alagamento, granizo, ciclones e vendavais, geada, incêndio florestal e deslizamentos e erosão. Ferretti reforça que a adaptação da sociedade à mudança climática é um processo de longo prazo que deve começar já. “Se nada for feito, a tendência é que esses desastres continuem aumentando, trazendo riscos à saúde, economia e bem-estar de todos nós, pois afetam desde perímetros agrícolas até áreas urbanas, com grande concentração de pessoas”, concluiu.