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A velha sensação de ter ido à “pior Expobarreiras já realizada”

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Victor Sena*

A Expoagro não é mais a mesma, amarga um declínio que se agrava há vários anos | Foto: Dircom Barreiras

A Expoagro não é mais a mesma, amarga um declínio que se agrava há vários anos | Foto: Dircom Barreiras

É flagrante como os últimos 11 anos marcam o declínio vertiginoso da sempre tão aguardada EXPO BARREIRAS. Mesmo diante do amadorismo por parte do Poder Executivo Municipal que não consegue mensurar quanto foi gasto na festa, o total do número de pessoas que passaram pelo Parque Engenheiro Geraldo Rocha e o montante de dinheiro que girou em torno das negociações e vendas no evento, é evidente que ao passar dos anos o público caiu, a feira se tornou mais fraca comercialmente, e, consequentemente, menos atrativa.

A grandeza empresarial da Bahia Farm Show parece ter afastado de vez o interesse do capital financeiro regional, que gira em torno do agronegócio, da “exposição agropecuária” de Barreiras. O que fez manter-se a feira apenas como festa, tirando o aspecto lucrativo e mantendo-se como entretenimento à população.

Mas nem mesmo nessa seara a organização do evento, esse ano, conseguiu destaque. Apesar de apostar em atrações musicais conhecidas nacionalmente como Zézé de Camargo e Luciano e Paula Fernandes, a presença do público na arena de shows nos dias das apresentações de tais cantores foi quase que pífia se comparada as suas próprias apresentações em anos anteriores na mesma EXPO BARREIRAS.

Foto: Dircom Barreiras

Foto: Dircom Barreiras

O fato é que a EXPO BARREIRAS necessita urgentemente passar por uma reformulação campesina. O que os gestores do nosso município devem entender é que se seus governos são vassalos do agronegócio, a “feira agropecuária” já não pode ser. Um belíssimo stand do Sebrae, que vende tapioca e cachaça e oferece um dia de palestra para pequenos produtores, não pode ser encarado como a atenção devida que a agricultura familiar precisaria ter.

O desinteresse das grandes marcas na exposição e venda de produtos do segmento agrícola na Exposição deve servir de empurrão para a valorização das culturas cultivadas pelas comunidades tradicionais e rurais do nosso município. O que, hoje, não pode ocorrer pela tentativa de amenizar o declínio comercial da feira em cima do pequeno comerciante.

Todos, do pequeno barraqueiro ao grande empresário, na EXPO BARREIRAS foram prejudicados pelo custo altíssimo do espaço, que infelizmente refletiram no preço dos produtos, quase todos 100% mais caros do que no comércio.

No entanto, nem tudo se desvaloriza com o tempo na exposição. Afinal, excelentemente organizada e com uma belíssima estrutura se mantém a boate do neto do prefeito, que com o auxílio de um “alambique mágico”, aonde não se produz cachaça, mas, sim, suco de laranja, ofereceu axé, funk e música eletrônica, mas a altos custos, quando na verdade tudo já havia sido pago pelo contribuinte.

Para o bem de Barreiras, é necessário que a 34ª Exposição seja um pouco mais bem planejada, para que não fiquemos com aquela velha sensação de ter ido a pior EXPO BARREIRAS já realizada, até que chegue a 35ª.

* Secretário de Comunicação PSOL-Barreiras.