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Hidrovia do Rio São Francisco, perto da realidade

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em

Osmar Ribeiro

Após longos anos castigando as rodovias, o transporte de grãos do oeste baiano terá uma alternativa viável, mais barata e certamente ecologicamente correta.

Da esquerda para direita: Márcio Mariano, Carlos Costa, Júlio Cézar Busato, Décio Barreto Jr., Isabel da Cunha, Terence Lessa e Marcelo Teixeira | Foto: Osmar Ribeiro

Da esquerda para direita: Márcio Mariano, Carlos Costa, Júlio Cézar Busato, Décio Barreto Jr., Isabel da Cunha, Terence Lessa e Marcelo Teixeira | Foto: Osmar Ribeiro

Na sexta-feira, 09, houve uma reunião no galpão da Icofort, no povoado de Passagem, no município de Muquém do São Francisco, Oeste da Bahia, que contou as presenças de representantes da AIBA – Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, na pessoa de seu presidente, Sr. Júlio Cézar Busato, da Abapa – Associação Baiana de Produtores de Algodão, na pessoa de sua presidente, Sra. Isabel da Cunha, da Icofort Agroindustrial, nas pessoas de seu presidente, Sr. Décio Barreto Jr. e de seu diretor de logística, Sr. Marcelo Teixeira, da Seinp – Secrataria Estadual da Indústria Naval e Portos, na pessoa do secretário, Sr. Carlos Costa, do prefeito municipal de Ibotirama, Sr. Terence Lessa e do prefeito de Muquém do São Francisco, Sr. Márcio Mariano.

O presidente da Icofort, Sr. Décio Barreto Jr. fez uma explanação do projeto e desabafou, falando que estava quase entregando os pontos, pois o prejuízo que teve no ano de 2013 foi muito grande, mas que com o apoio da Seinp, AIBA, Apaba e dos municípios envolvidos, será viável, desde que a desobstrução do canal hidroviário seja realizada. Para tanto será realizado um monitoramento da condições hídricas e o dessassoreamento do canal de navegação, sempre que necessário.

De acordo com o secretário Carlos Costa, uma licitação está sendo realizada e que, provavelmente, até o mês de novembro a dragagem do canal será realizada, possiblitando assim a navegação de cargas. A mobilização teve o objetivo de chamar a atenção das autoridades federais para a necessidade da revitalização da hidrovia do São Francisco, mostrando que é possível utilizá-la para alavancar com baixo custo o desenvolvimento econômic o de diversos municípios. “O transporte hidroviário atualmente está subutilizado no Brasil e já estamos mudando isso com a mobilização”, ressalta o Secretário Carlos Costa. A carga de grãos, que será transportada essa semana, segundo o presidente da Aiba, Júlio Busato, equivale a 100 carretas.

Inicialmente o potencial de transporte de carga do modal hidroviário se dará até Juazeiro/Petrolina, atingindo em breve 4 milhões toneladas ano. “Isso quer dizer que vamos retirar das tão sofridas rodovias brasileiras 150 mil carretas ano, com economia de 20% para o consumidor final”, sinalizou o secretário Carlos Costa.

A preocupação de Marcelo Teixeira, é quanto a manutenção da hidrovia, pois o serviço de dragagem é relativamente pequeno, tendo em vista outros canais, segundo ele o trecho que necessita ser dragado equivale a 500m. Preocupação que o secretário tratou de amenizar dizendo que a manutenção da hidrovia será garantida pelo governo.

Após a reunião, aconteceu a finalização do carregamento de uma das embarcações que farão o transporte da carga que equivale a 100 carretas, como citou Júlio Cézar Busato.

Histórico:
O Rio São Francisco constitui um canal navegável de 1.371km, divididos nos trechos navegáveis entre Pirapora (MG) e Ibotirama (BA) com 719km de extensão; entre Ibotirama (BA) e Pilão Arcado (BA) com 296km de extensão; entre Pilão Arcado (BA) e a Barragem de Sobradinho com 314km e entre Sobradinho e Juazeiro (BA) com 42km.

No passado a utilização da hidrovia se deu pelas empresas Lafarge, Ceval Alimentos (Bunge), Cargill, Maurcea Alimentos, Cica Norte (Unilever), Rodhia, entre outras. Em 2000 a Caramuru Alimentos S.A., estruturou operações com arrendamento das embarcações da Franave e operou até o ano de 2006, desistindo de um projeto ambicioso de processamento de grãos.

Possibilidade de transporte para o Nordeste via modal hidroviária – em milhões
Soja, 41%, 1.417,94 toneladas no valor de R$ 1.347.046,80 (um milhão, trezentos e quarenta e sete mil, quarenta e seis reais e oitenta centavos); Milho, 87,5%, 2.017,31 toneladas no valor de R$ 773.303,13 (setecentos e setenta e três mil, trezentos e três reais e treze centavos); Caroço de algodão, 100%, 1.235,97 toneladas no valor de R$ 347.061,77 (trezentos e quarenta e sete mil, sessenta e um reais e setenta e sete centavos); e Algodão, 30%, 148,32 toneladas no valor de R$ 148.316,99 (cento e quarenta e oito mil, trezentos e dezesseis reais e noventa e nove centavos), totalizando 4.819,55 toneladas no valor de R$ 2.615.728,68 (dois milhões, seiscentos e quinze mil, setecentos e vinte e oito reais e sessenta e oito centavos).

Clique nas miniaturas para ampliar as fotos (por: Osmar Ribeiro):