Brasil
Morre Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, aos 96 anos
Conheça sua trajetória marcada pelo ‘milagre econômico’ e polêmicas durante a Ditadura Militar.
Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, faleceu na madrugada desta segunda-feira, 12, aos 96 anos. Internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, Delfim Netto sucumbiu a complicações em seu quadro de saúde, encerrando uma vida marcada por influência e controvérsia na política e na economia do Brasil.
Quem foi Delfim Netto?
Nascido em 1928, Delfim Netto foi neto de imigrantes italianos e cresceu em uma família de origem humilde. Apesar das adversidades, ele se destacou como economista, tornando-se professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Sua carreira política teve início durante a Ditadura Militar, onde foi um dos mais longevos ministros da Fazenda, ocupando o cargo de 1967 a 1974. Durante esse período, Delfim Netto teve um papel crucial no chamado “milagre econômico”, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 85% e a renda per capita dos brasileiros aumentou 62%.
O Legado Político e Econômico de Delfim Netto
Delfim Netto não foi apenas um executor das políticas econômicas do regime militar; ele também foi um dos protagonistas dos momentos mais sombrios da história recente do Brasil. Em 13 de dezembro de 1968, ele estava presente e votou a favor do Ato Institucional número 5, que deu poderes excepcionais aos governantes e restringiu severamente as liberdades políticas. No entanto, seu legado vai além desses episódios controversos. Ele também testemunhou e influenciou a transição do Brasil para a democracia, participando da Constituinte e ajudando a moldar o futuro econômico do país.
Conselheiro Influente na Redemocratização
Mesmo após o fim do regime militar, Delfim Netto continuou a ser uma figura influente, atuando como conselheiro de presidentes e empresários, inclusive durante os governos petistas. Sua experiência e conhecimento sobre a economia brasileira o mantiveram relevante até seus últimos anos de vida. Ele foi uma presença constante na mídia, publicando artigos semanais em veículos como Folha de S.Paulo e Valor Econômico, além de ter mais de 10 livros publicados sobre problemas econômicos do Brasil.
Reflexões Sobre o Impacto de Delfim Netto na Economia Brasileira
A morte de Delfim Netto marca o fim de uma era na história econômica e política do Brasil. Sua trajetória, marcada por altos e baixos, reflete a complexidade de um país que viveu intensos momentos de transformação ao longo do século XX e início do XXI. Ao mesmo tempo em que é lembrado como o artífice de um crescimento econômico sem precedentes, ele também carrega a marca de ter apoiado medidas autoritárias. Assim, seu legado continua a provocar debates e reflexões sobre o papel dos economistas na condução de políticas que afetam milhões de vidas.
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