Bahia
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Nordeste tem 1/3 da população com insegurança alimentar moderada ou grave
Secretário da Bahia diz que Brasil não tem o que celebrar no Dia Mundial da Alimentação…
Dono do maior rebanho bovino do mundo, Brasil tem menor consumo em 26 anos e mais da metade da população com algum grau de insegurança alimentar…
Carlos Martins, secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia | Foto: Divulgação
O Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, chega a mais um ano com uma série de desafios sociais e nenhum motivo para celebração. A pandemia potencializou o aumento do número de famílias com fome, que tem aumentado nos últimos três anos, especialmente durante a pandemia, com a falta de ação do Governo Federal.
Dados da rede da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) mostram que o Brasil vive hoje no mesmo patamar de segurança alimentar e nutricional de 2004. São 17 anos de retrocesso na política de combate à fome do Brasil, que já foi exemplo mundial no tema.
De acordo com a pesquisa, do total de 211,7 milhões de brasileiros, 116,8 milhões convivem com algum grau de Insegurança Alimentar e, destes, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave), ou seja, não tem acesso pleno e permanente a alimentos e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave). Enquanto no Brasil, os brasileiros com insegurança alimentar leve, moderada e grave são 55%, no Nordeste chegam a 71,9%.
Para o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), Carlos Martins, a inação do Governo Federal e a falta de apoio a estados e municípios potencializou o problema.
“Nós temos um governo sem rumo e, com a pandemia, dois problemas graves foram potencializados: a falta de ação ou qualquer compromisso do Governo Federal no enfrentamento à pandemia e seus efeitos, e a insensibilidade com os graves problemas sociais que o Brasil voltou a enfrentar a partir de 2019”, afirma Martins.
Dos 55 milhões de moradores da região Nordeste, 22,9 milhões tem insegurança alimentar leve; 9,4 milhões tem insegurança alimentar moderada; e 7,6 milhões insegurança alimentar grave. O número de pessoas em insegurança alimentar grave no Nordeste corresponde a 39% do total de todo o país, mesmo a região tendo 26% da população.
Em 2013, o Brasil tinha 77,1% dos moradores em situação de segurança alimentar, segundo dados da PNAD 2013.
Em 2020, esse número caiu para 44,8%. O número de famílias com insegurança alimentar grave passou de 4,2% (o nível mais baixo até então) em 2013 para 9% em 2020. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) retirou, pela primeira vez, o Brasil do Mapa da Fome que divulgava periodicamente.
“A comida está cara, o gás está caro, o desemprego segue em patamares elevados e as políticas sociais são desestruturadas dia após dia. Não há qualquer indício ou sinalização do Governo Federal para mudar esse cenário devastador para toda a sociedade brasileira. A fome deveria envergonhar todos nós”
A pesquisa revela que mais da metade da população brasileira está em insegurança alimentar durante a pandemia, com cerca de 19 milhões de pessoas na forma grave, ou seja, passando fome, um salto de 27% se comparado a 2017.
Na Bahia, por meio dos Restaurantes Populares mantidos em Salvador, que servem 5 mil refeições por dia, e através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), a SJDHDS garantiu alimentação digna e saudável para milhares de pessoas.
De janeiro até agora, os Restaurantes Populares serviram 949.440 refeições nas duas unidades na capital baiana, localizadas nos bairros da Liberdade e Comércio. Um investimento total de R$ 6.117.642,35. Já o PAA beneficiou 204 mil famílias baianas com a doação de 5,1 milhões de quilos de alimentos em 229 municípios.
Ainda assim há dificuldades na execução das políticas públicas. “O PAA é um programa executado em parceria com o Governo Federal e os municípios, mas vem perdendo recursos ano após ano”, diz Martins.
Consumo de carne é o menor em 26 anos
Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que o consumo de carne em outubro de 2021 chegou ao menor nível em 26 anos. A inflação acumulada da carne vermelha acumula alta de 30,7% em 12 meses, segundo o IBGE.
“É inaceitável que nos país com o maior rebanho bovino do mundo a população esteja passando fome ou em filas para recolher restos e carcaças. A falta de ação federal é imperdoável porque a fome não espera”, finaliza o secretário.
O Brasil tem hoje a maior população bovina do mundo: 217 milhões de cabeças de gado. Além de ser o maior exportador de carne bovina, o Brasil é hoje o quarto maior produtor de grãos do mundo, segundo a Embrapa.
Assessoria de Comunicação Justiça Social da Bahia
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