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Bahia

Mês da visibilidade Trans: Mães da Resistência entregam ao ministro dos direitos humanos, Silvio Almeida, dossiê sobre Transfobia em Poções/Ba

A entrega do documento aconteceu por intermédio da Secretária Nacional LGBTQIA+, Symmy Larrat, durante o lançamento do relatório dos assassinatos e violências contra pessoas transgênero no Brasil, em 2022.

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No mês da visibilidade trans, a quinta-feira (26) foi marcada por muita emoção em Brasília, em ato para a entrega ao Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, do Relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais – Antra, organizado por Bruna Benevides, que reúne as estarrecedoras estatísticas de assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2022.

Com o Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida

O evento foi organizado pela Secretária Nacional LGBTQIA+, Symmy Larrat, e contou com presenças ilustres. Além do Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida; estiveram presentes a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; o Deputado Fábio Felix (PSOL-DF); a Secretária de Comunicação da Presidência da República, Ruth Venceremos; a Presidenta da Antra, Keyla Sympson e diversas e não menos importantes personalidades, referências na luta pelos direitos humanos, contra a LGBTfobia, o racismo e outras formas de preconceito e discriminação.

A Associação Mães da Resistência marcou presença com uma importante missão: entregar nas mãos ao Ministro Silvio Almeida, dossiê sobre o caso de transfobia que ocorre em Poções/BA, desde maio de 2022, contra Janaína Britto e seu filho L.J.C. de apenas 13 anos.

Com Symmy Larrat, Secretária Nacional LGBTQIA+

O relatório dá conta de todas as violências sofridas por mãe e filho, das ações empregues pela ONG por meio de diversas organizações e instituições e da situação atual da família.

O caso é tão complexo que as violências continuam ocorrendo e ganhando requintes de máxima crueldade contra essa mãe e esse filho, que agora se estendem a outras crianças e jovens transgêneros. Ainda mais estarrecedor é que tudo continue acontecendo mesmo diante de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) celebrado via Ministério Público com o município, para reparação dos danos sofridos pela família por conta das discriminações motivadas pelas omissões da administração pública municipal. O TAC não está sendo cumprido e a omissão continua ocorrendo, infelizmente.” Disse Leila D’Arc de Souza, Secretária Geral do Mães da Resistência.

Com Ruth Venceremos, Secretária de Comunicação da Presidência da República

As Mães da Resistência pedem a intercessão do Ministério dos Direitos Humanos para proteção desta família que se encontra acuada e vive com medo. Para além das questões de violência (depredação da residência, ameaças, insultos e rituais em frente à casa…), a mãe está impedida de trabalhar, graças ao boicote orquestrado por membros de determinada igreja evangélica do município. Chegam a circular áudios via aplicativo de mensagens eletrônicas que chamam a criança de “aberração”.

Com Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial

Além de mãe de um menino transgênero, Janaína também é ativista, uma Mãe da Resistência, o que a coloca em máxima exposição, transformando-a em alvo fácil para os extremistas religiosos.” Destacou Leila.

O caso de Poções é apenas um pequeno recorte, que ilustra em parte o trabalho que As Mães da Resistência desenvolvem todos os dias em seu ativismo.

Com Sara Wagner York e Keyla Sympson, da Antra

Apesar da motivação do encontro ser a entrega de documentos que reúnem dados tão violentos e revoltantes, o clima entre os presentes não era só de tristeza. Pairava no ar uma imensa alegria, na esperança em dias melhores. Os corações batiam em compasso emocionado, ritmado pela certeza de que o tempo de apagamento das existências e descaso com os direitos humanos, ficou para trás.

Com Fábio Félix, Deputado Distrital PSOL/DF

Fonte: Assessoria de imprensa da Associação Mães da Resistência.