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Bahia

Frente Parlamentar Ambientalista debate crise hídrica na Assembleia Legislativa

Publicado

em

Daniel Ferreira

Foto: Divulgação

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Presidida pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT), a Frente Parlamentar Ambientalista debateu na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira, 5, a crise hídrica vivida pelo Brasil e apontou como embaraço ao problema a má gestão e depredação dos recursos naturais, através da poluição, assoreamento e devastação da mata ciliar, e a ausência de políticas públicas que promovam o reuso da água, a captação da água da chuva e o desenvolvimento sustentável. O encontro para o Lançamento do GT das Águas reuniu pesquisadores e estudantes universitários, ambientalistas e representantes do Ministério Público e dos movimentos sociais.

“O GT das Águas começa seus trabalhos recolhendo informações preciosas que vão lastrear a nossa atuação parlamentar e servir de base para as proposições legislativas no sentido de, juntos, preservarmos as águas em nosso estado. Partindo do princípio da água como um direito, e não uma mercadoria”, afirmou Galo, antes do lançamento do filme A Lei da Água no Auditório do prédio Jutahy Magalhães.

Ponto central do debate, o modelo de desenvolvimento econômico foi questionado e responsabilizado pela degradação ambiental, perda da biodiversidade e extinção de importantes espécies em rios baianos. “Há de se contrapor ao uso predatório das águas, questionar o modelo de desenvolvimento em curso. Porque nós estamos diante de uma contradição. Entre um determinado padrão de desenvolvimento econômico e meio ambiente. Como falar da crise das águas se a gente não fala do agronegócio, se a gente não fala da forma predatória como, por exemplo, o capital imobiliário se apropria da terra nas grandes cidades? São questões estruturais”, apontou Bete Santos, professora da Universidade Federal da Bahia e integrante da Coordenação do Projeto Qualidade Ambiental das Águas e da Vida Urbana em Salvador.

Responsável por 17% da geração de energia do país, o Rio São Francisco também foi ilustrado como exemplo de “uso predatório”, envolvendo a geração de energia, a diluição de efluentes urbanos, industriais e da mineração, com conseqüências inevitáveis para a vida de pescadores e ribeirinhos. “O maior uso do Rio São Francisco é para geração de energia, o que tem contribuído decisivamente para a redução da biodiversidade, acabando com a pesca. Quando vamos nos privar da energia para poupar nossa biodiversidade aquática? Temos responsabilidade com isso também”, alertou a Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, professora Yvonilde Medeiros. Esse é o 4º Grupo de Trabalho lançado pela Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia. Além do GT das Águas, já foram criados o de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos, de acompanhamento do Código Florestal e o Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos.