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Barreiras

E a história se repete: novo prefeito, velhas lamentações

Publicado

em

Osmar Ribeiro

A coletiva foi realizada na sala de reuniões da Prefeitura de Barreiras | Foto: Ascom PMB

A coletiva foi realizada na sala de reuniões da Prefeitura de Barreiras | Foto: Ascom PMB

Mais uma vez a triste e lamentável história de sempre, volta aos holofotes. Entra prefeito, sai prefeito, e a cada posse ouvimos a mesma história: “Encontramos a prefeitura com dívidas, bloqueio de recursos e salários atrasados”. Este cenário de Barreiras já não surpreende ninguém. O que a população da cidade não entende é como os políticos experientes que concorreram à vaga de prefeito, num enfrentamento com Antonio Henrique, não sabiam disso. Ou sabiam e mesmo assim inculcaram na cabeça do povo a esperança de que tudo podiam resolver. Antonio Henrique entrou com o slogan de “Antonio Resolve”, saiu sem resolver muita coisa. Zito ganhou as eleições dizendo que era possível, mas em sua primeira entrevista coletiva o que se viu foi um mar de lamentações.

Depois da coletiva que deu à imprensa na manhã desta terça-feira, 10, em que Zito Barbosa apresentou números e dados, além de fazer uma avaliação destes primeiros dias de governo, a Ascom da prefeitura emitiu nota onde diz que o prefeito foi surpreendido com informações e fatos, sugerindo que ele desconhecia a situação (mas mesmo assim na campanha dizia que era possível). Ainda segundo a nota da Ascom, a folha de pagamento de dezembro em aberto, totaliza mais de R$ 7 milhões e o valor do INSS que ficou pendente referente a novembro, dezembro e décimo terceiro salários de 2016, era apenas a ponta do iceberg.

A nota da Ascom acusa o ex-prefeito de emitir uma série de cheques a fornecedores e empresas, totalizando R$ 5 milhões. Isso após tomar conhecimento que na noite de 30 de dezembro, às 21 horas ter sido creditado na conta da Prefeitura de Barreiras o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), referente ao 3º decêndio de novembro, acrescido de recursos da repatriação de ativos de brasileiros do exterior no presente ano.

Estes recursos seriam destinados ao pagamento do funcionalismo, portanto a nova administração procurou a superintendência do Banco do Brasil e pediu a sustação dos cheques. Todas as empresas e fornecedores foram contatados para que se apresentem e repassarem informações necessárias, com base em documentação, das prestações dos serviços. As programações de pagamento serão efetuadas a partir dessas confirmações.

A nota da Ascom segue com o relato dizendo que na manhã de terça-feira, 03, a prefeitura recebeu um comunicado da Receita Federal de uma decisão judicial informando que a gestão anterior havia solicitado um parcelamento dos débitos do INSS, com prazo de 24 horas para aceitar o parcelamento. Isso fez com que a equipe se dirigisse à sede do órgão para um levantamento dos valores devidos.

A nota da Ascom dá conta que durante os quatro anos anteriores não houve recolhimento do imposto, e a dívida herdada, mais os juros chega a R$ 110 milhões. A proposta de parcelamento solicitada pela então gestão seria a divisão em 60 meses, o que não foi concluído e automaticamente inviabilizaria o caixa da Prefeitura de Barreiras. “Sabíamos que havia uma dívida de gestões passadas de R$ 300 milhões, já parcelada, mas fomos surpreendidos com uma nova dívida de R$ 110 milhões contraída nos últimos quatro anos. Durante a transição não conseguimos acessar documentos e nem recebemos relatórios. A informação é que estávamos recebendo uma prefeitura com identidade, bem ao contrário da realidade que encontrei”, revela o prefeito Zito Barbosa que busca uma forma de solucionar a questão e evitar novos bloqueios das contas do FPM.

Na sexta-feira, 06, representantes dos sindicatos dos professores, dos servidores e dos agentes comunitários de saúde e de endemias foram convidados pelo prefeito para uma reunião de urgência onde foi relatada a atual situação financeira. Na ocasião foi anunciado que o pagamento dos salários de dezembro não poderá ser realizado agora. “O compromisso do governo é honrar esse pagamento sem prejudicar a folha de janeiro e a regularidade dos pagamentos nos meses subsequentes”, disse o Procurador Geral, Túlio Viana.

Na segunda-feira, 09, Zito Barbosa fez o relato aos representantes do legislativo de como encontrou a prefeitura. De acordo com o prefeito somente os serviços básicos estão sendo mantidos como limpeza (após um acordo com a empresa prestadora dos serviços se comprometer a assumir pelo menos dois meses de trabalho), e alguns setores da saúde. “Colocamos o Samu, a Maternidade e o Eurico Dutra para funcionar, mas, não temos como começar os trabalhos da forma que planejávamos, estamos no escuro”, lamenta Zito.