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Barreiras

BARREIRAS:
Paciente com fraturas no braço é liberado pela UPA para aguardar 22 dias para marcação de cirurgia

Procuradas pelo FalaBarreiras, coordenação da UPA e da Central de Marcação justificam o ocorrido…

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Essenciais para o suporte à rede de atenção às urgências e emergências, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barreiras, Oeste da Bahia, é alvo de insatisfação por parte de usuários que reclamam das longas filas de espera até o atendimento. Modelo assistencial para casos de urgência e emergência, unidade acaba absorvendo demanda excessiva de atendimento gerando longo tempo de espera em função da superlotação.

Foi o que aconteceu com o paciente Françoeliton Lima dos Santos, de 38 anos, que sofreu um acidente de moto por volta das 10h de domingo (05), na BR entre Riachão das Neves e Barreiras. Socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), foi encaminhado para a UPA, onde foram constatadas fraturas no braço.

De acordo com informações de amigos que o acompanhou, o paciente deu entrada na unidade por volta das 11h30m, onde passou todo o dia com a boca sangrando e só à noite fizeram os pontos no corte sofrido no lábio superior durante o acidente. Já o ortopedista só chegou por volta das 20h e liberou o paciente para aguardar em casa e realizar a marcação da cirurgia no dia seguinte através da Central de Marcação.

Após passar a noite com Francoeliton gemendo com muitas dores e febre por causa das fraturas no braço, a esposa do motociclista foi logo cedo realizar o procedimento indicado pela UPA, esperou na fila até ser atendida e pegou a senha 44. Porém foi informada que deveria deixar a documentação e retornar somente dia 27, pois não havia mais vagas para a próxima segunda-feira (13) e não haveria marcação para o dia 20 por causa do carnaval.

Indignados com o descaso, amigos de Francoeliton, integrantes do Barreiras Moto Club, que também estavam com ele no momento do acidente, se reuniram e fizeram uma vaquinha para realizar a cirurgia na rede particular, uma vez que seria desumano uma pessoa ficar em casa, com o braço quebrado em dois locais, aguardando 22 dias por uma cirurgia na rede pública.

Casos como esse são motivos de revolta e indignação, principalmente em uma cidade como Barreiras que se destaca entre as maiores economias da Bahia, em taxa de expansão. A Saúde deve ser prioridade em qualquer administração pública. No entanto, quem depende do serviço público na cidade, enfrenta filas, hospitais lotados e atendimento precário.

Procurada pelo Falabarreiras, a coordenadora da UPA, Keite Arcanjo, explicou que o paciente passou o dia sendo medicado e aguardando a avaliação do ortopedista. “Quando o ortopedista chegou, avaliou o tipo da fratura dele e viu que era uma cirurgia que poderia ser feita de forma ambulatorial, não é uma urgência e emergência, entregou a receita médica, a alta do paciente e o formulário para ser agendada a cirurgia pela Central de Marcação para fazer no Eurico Dutra, que é onde faz as cirurgias ambulatoriais, cirurgias ortopédicas desses casos”, informou Keite.

Conforme a coordenadora, após o questionamento do Falabarreiras, foi feito um contato com a Central de Marcação para saber se estão tendo algum problema referente a cirurgia ortopédica, uma vez que até o momento não havia nenhum problema quanto a esse tipo de procedimento.

Josélia, coordenadora da Central de Marcação, informou que as cirurgias estão sendo feitas toda segunda-feira e já estavam agendadas e ficaria para a próxima semana, porém a família não quis aguardar e não deixou o prontuário do paciente e dessa forma a Central de Marcação não consegue agendar.

“Cirurgia ambulatorial é dessa forma mesmo. Quando é urgência e emergência, não é o Eurico Dutra que realiza a cirurgia, é o HO. Como o ortopedista que é o especialista avaliou e viu que não é urgência e emergência, esse paciente segue esse fluxo para marcar na Central de marcação”, explica a coordenadora.