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Educação

O futuro do ensino pós-pandemia nas escolas de Barreiras

Escolas devem investir no ensino híbrido e a tendência é que as aulas tradicionais e expositivas diminuam, dando espaço para aquelas que coloquem o aluno como protagonista…

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Ensino Híbrido

Escola o Sonho de Talita, em Barreiras | Foto: Osmar Ribeiro/Falabarreiras

A educação em Barreiras, Oeste da Bahia, está passando por grandes transformações em consequência da pandemia. No Brasil, desde março de 2020, cerca de 48 milhões de estudantes deixaram de frequentar as atividades presenciais nas mais de 180 mil escolas de ensino básico e o impacto destes últimos dois anos no processo de aprendizagem dos alunos ainda precisa ser avaliado. Diante disso, muitas escolas devem investir em avaliações específicas para entender melhor o nível da defasagem resultante desse contexto de Pandemia.

A maioria das soluções tecnológicas adotadas pelas instituições de ensino para abrandar o confinamento, resultou numa mudança dolorosa da sala de aula física para a digital, tanto para os professores quanto para os alunos. De modo geral, as escolas se viram diante do desafio de promover o aprendizado em meio à diversidade de contextos socioeconômicos da população e de dificuldade de acesso de alguns para a educação à distância.

Durante a pandemia, a criatividade desempenhou um papel decisivo no desenvolvimento de soluções para a educação. Conforme o relatório do Fórum Econômico Mundial, as tecnologias possibilitaram novas formas de organizar a aprendizagem e, nesse cenário, ser criativo foi um dos recursos mais importantes para a construção do conhecimento.

Ensino Híbrido
Fotos: Acervo Escola O Sonho de Talita

Como consequência desse cenário, o crescimento do ensino híbrido nas escolas de Barreiras (e em todo o mundo, na verdade) deve transformar essa realidade de uma vez por todas, de modo que educação e tecnologia, que andam juntas há muito tempo, possam ser assuntos ainda mais debatidos no contexto escolar.

Com a necessidade de distanciamento social, a aprendizagem centrada no aluno passou a ser a melhor alternativa por ser uma didática de aprendizagem em que o aluno é o protagonista do seu processo de aprendizagem, em que o professor atua como um facilitador, ajudando o discente a formular sua própria solução às questões e problemas.

Diferente do ensino tradicional, em que o educador é o único detentor do conhecimento, esse modelo de aprendizagem valoriza a autonomia dos estudantes, dando-lhes oportunidade de pensar e refletir sobre o conteúdo.

Nas diversas instituições de ensino, o ensino híbrido dentro do atual contexto representa o uso da tecnologia de uma maneira cada vez mais ativa para levar a educação para além dos muros da escola, independentemente de haver aulas online ou não. Esse efeito pode vir por meio de conteúdos complementares disponibilizados para os alunos em plataformas digitais ou através de atividades que incluam gamificação.

Já do ponto de vista da gestão, vale a pena o investimento em plataformas de tecnologia que facilitem o acesso aos dados de aprendizado de cada aluno. Desta forma, será mais fácil analisar o des empenho de maneira individual e pensar em soluções personalizadas.

Neste novo cenário, algumas escolas de Barreiras já estão se antecipando e investindo seriamente em novas ferramentas que possam atender à demanda da educação na atualidade. Como exemplo, podemos citar a Escola O Sonho de Talita que em 2022 apostou em muitas inovações, incluindo um novo componente curricular em sua grade de ensino.

O Laboratório Inteligência de Vida (LIV) é um componente novo que trabalha de forma eficaz as diretrizes propostas pela BNCC, às quais contemplam as habilidades socioemocionais. O foco principal no ensino Fundamental – Anos Iniciais é o desenvolvimento da Inteligência Emocional a partir de quatro pilares: autoconhecimento, autorrealização, empatia e relacionamento.

A proposta é rica em estratégias, com um material dinâmico e criativo que atende as especificidades de cada faixa etária. Com temas que abordam os sentimentos, os comportamentos e os costumes, tanto dos alunos quanto das demais pessoas, esse componente utiliza o Jogo Colaborativo, uma proposta de gamificação para potencializar e diversificar as vivências em sala de aula através da jogabilidade, que estimula o desenvolvimento do conhecimento por meio de experiências concretas.

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Escola o Sonho de Talita, em Barreiras | Foto: Osmar Ribeiro/Falabarreiras

De acordo com a professora Júbia, da escola o sonho de Talita, “o resultado é o desenvolvimento infantil mais saudável, no qual a criança compreende as suas diferenças e passa a respeitar o outro, sentindo com o outro, pois construímos juntos o Círculo da Confiança – espaço confortável e seguro para compartilharmos nossas experiências, curiosidades pessoais e até mesmo situações difíceis.

A experiência com o novo componente tem sido bastante eficiente e produtiva. Conforme alunos do 5° ano da Escola O Sonho de Talita, eles estão aprendendo a lidar de maneira mais fácil com os sentimentos, ter mais união com os colegas e com a família e melhoraram bastante a aprendizagem “porque aprenderam a se conhecer e conviver melhor com os colegas através da colaboração e empatia”.

É importante destacar que ser protagonista do próprio conhecimento, favorece o aprendizado das competências socioemocionais, de forma que os alunos aprendem a lidar com frustrações e imprevistos. Uma vez que são apresentados problemas para resolução, o grupo entende, na prática, que é possível “desvendar” aquele desafio, aproximando-os assim do mundo real, contribuindo para a formação de um adulto reflexivo e independente.

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Foto: Acervo Escola O Sonho de Talita

Um artigo publicado na Revista Eletrônica RAGC apontou uma diferença gritante nas notas obtidas através do método centrado no aluno e o ensino tradicional: 88% contra 66%, respectivamente. Portanto, mais que uma hipótese, esse modelo de ensino tem comprovação de resultados favoráveis para escolas e instituições de educação, o que leva a possibilidade de mais escolas implementarem-no a fim de alcançar melhores índices de aprendizagem.

1 Comentário

1 Comentário

  1. Franciney Sardeiro

    18 de março de 2022 às 15:49

    Se este é um pensamento de equipe da Smecel em adequar essa realidade às escolas públicas do município terá que implementar muitas coisas referentes ao uso da tecnologia para que esse modelo de Educação funcione e seja capaz de atender as necessidades básicas. Investimento em tecnologia que atenda principalmente alunos de baixa renda – os mais prejudicados no período de pandemia, e também aos professores que tiveram que arcar com todos os custos para poder oferecer o básico aos alunos no mesmo período!!

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