Educação
Educação como prioridade para 2022
Jânyo Diniz – Presidente do grupo Ser Educacional | Foto: Divulgação
Por: Jânyo Diniz
A pandemia do Coronavírus trouxe instabilidade e incerteza para todos os setores da economia. Quando ela fez todo o setor de educação migrar para o ensino remoto, em março de 2020, o que se viu foi uma queda brusca no número de estudantes do segmento. Passados quase dois anos e com o avanço da vacinação contra a Covid-19 pelo Brasil, vários setores começam a apresentar sinais de recuperação – entre eles, o ensino superior.
Essa percepção ficou comprovada em pesquisa da Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). Os dados mostram que 6 em cada 10 estudantes pretendem voltar a estudar em 2022. O número é 25% maior ao registrado um ano atrás, quando ainda não havia campanha de imunização no país e apenas 38% tinham intenção de se matricular no começo de 2021.
O que também ficou claro com a retomada das atividades é que a educação não é mais a mesma depois da pandemia do Coronavírus. O ensino remoto e as modalidades de ensino híbrido cresceram neste período. O que antes aparecia como complementar ao ensino presencial, passa a ser o oposto e representa o aumento de modalidades disponíveis. Tudo com o uso das tecnologias mais avançadas.
A pesquisa também deixa clara essa confiança no EAD, quando diz que entre os entrevistados que escolhem cursos na modalidade a distância, 67% querem iniciar os estudos no começo de 2022 e 13% na metade do próximo ano. Quando a preferência é um curso presencial, 63% devem ingressar no próximo semestre e 14%, no segundo semestre de 2022. A diferença mínima entre as modalidades é justificada pela recuperação econômica da população, que ainda está caminhando a passos curtos.
Fato é que, após praticamente dois anos, todos os grupos de ensino do país registraram altas nas matrículas presenciais neste segundo semestre. Com o Ser Educacional não foi diferente. Entretanto, respondendo positivamente ao modelo de ensino adotado na pandemia, não se fala mais de ensino 100% presencial. Para os alunos que responderam à pesquisa, 45% da carga horária dos cursos deveria ser dedicada às aulas presenciais tradicionais.
Ficou claro que o futuro do ensino é híbrido, com uma grade inovadora e conteúdos que seguem o modelo dos quadrantes híbridos. Ou seja, a instituição tenha liberdade para escolher uma dessas quatro opções de aprendizagem: presencial síncrona (aulas e atividades práticas realizadas presencialmente com todos os alunos juntos), presencial assíncrona (atividades práticas presenciais, sendo que os alunos podem realizá-las em momentos distintos), virtual síncrona (aulas e atividades on-line ministradas em tempo real) e virtual assíncrona (aulas gravadas e outras atividades virtuais).
Muito diferente do que simplesmente adotar tecnologia para complementar atividades em sala de aula, o ensino híbrido exige que educadores e estudantes assumam novos papéis no aprendizado. No formato híbrido, o protagonismo do estudante para a construção do conhecimento é priorizado, o que modifica também o papel do professor. O papel do professor é mais o de curador e de orientador – que escolhe o que é relevante em meio a tanta informação disponível e ajuda os alunos, dando apoio, acolho, estimula, valoriza, orienta e inspira.
E é desta forma que a educação deve seguir e, a cada dia, se desenvolver, principalmente no ensino superior. Por isso, se faz necessário que, não apenas os professores e alunos estejam preparados para esse novo modelo de educação, mas também os gestores de ensino, que precisam estar sempre atentos às evoluções tecnológicas e de metodologias, para que possam implementar o que há de melhor nas instituições de ensino.
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