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Agro

Projeto Reniva prevê mudanças radicais na cadeia produtiva da mandioca na Bahia

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01A cadeia produtiva da mandioca na Bahia envolve diretamente 100% dos agricultores familiares do Estado e é considerada pelos técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), responsável pela Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) pública, gratuita, como a mais importante cadeia, do ponto de vista socioeconômica da agricultura familiar.

A mandioca é uma cultura alimentar considerada a base da população mais carente do Estado. Apesar de ser considerado um produto de subsistência, a mandioca também é um produto de mercado, pois todo o excedente produzido pela agricultura familiar é comercializado na forma dos seus diversos derivados.

Na Bahia, levando em conta a importância socioeconômica, a cadeia da mandioca possui alguns gargalos na produção, tais como baixa adoção de tecnologia por parte dos agricultores de produtividade.

Por muitos anos, a Bahia foi o primeiro produtor nacional de mandioca e, hoje, detém o terceiro lugar, por conta de redução da área plantada e a produtividade ter se estabilizado em um patamar muito baixo, sendo superado por outros estados como Paraná e São Paulo. Em área plantada, a Bahia é o segundo Estado, ficando atrás apenas do Pará.

Esses e outros entraves, como a estiagem prolongada que atingiu o Estado desde 2011, que reduziu a zero a produção de diversas regiões produtoras, perdendo inclusive as sementes, levaram a EBDA, a Embrapa, e outros parceiros, a desenvolverem um projeto que visa a multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca, com qualidade genética e fitossanitária para o estado da Bahia, o Projeto Reniva.

Criado em 2011, este projeto prevê inclusive uma mudança nos paradigmas culturais, um dos maiores entraves para a adoção, pelos agricultores familiares do Estado, de técnicas e tecnologias recomendadas. “A resistência à introdução de novas variedades mais resistentes e produtivas, às técnicas de plantio e tratos culturais, como espaçamento, limpeza da área e adubação, são fatores que deverão ser reavaliados em consonância com os agricultores”, disse o engenheiro agrônomo da EBDA e um dos coordenadores do projeto, Nereu Pereira do Monte.

Segundo o agrônomo, o projeto se propõe na etapa inicial, a levantar, em todo o Estado, sementes de material genético de qualidade, e a pesquisa destes materiais, com avaliação tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. “É importante conhecermos questões como produtividade, resistência a pragas e doenças, tempo de maturação, dentre outros aspectos que determinam um bom produto, considerando ainda a região para onde cada variedade deve ser plantada”, explicou Do Monte.

Com a identificação de variedades apropriadas, o programa vai tratar da implantação de unidades didáticas em áreas dos agricultores familiares, onde eles poderão acompanhar o desempenho do material indicado pela pesquisa e, dessa forma, possam livremente melhorar a sua produção. “Essa é uma forma garantida de demonstrarmos a necessidade que o agricultor possui de mudar a forma de cultivar a mandioca, pois estará acompanhando o plantio em sua região, e observando os resultados obtidos com o uso de tecnologia”, disse o agrônomo.

Outra vantagem para o agricultor familiar que aderir ao Reniva, é que outras questões estarão sendo implementadas paralelamente, como a comercialização e o aproveitamento integral da cultura. “A mandioca deixa de ser um produto apenas alimentar e passa a ser industrial, com o aproveitamento total da planta, desde as folhas e o caule, como também de sua raiz”, garante o técnico.

Albérico Paixão, também um dos colaboradores do Projeto e do Comitê Técnico, comenta a importância da recente participação de outros programas de comercialização, no Projeto. “Além do Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), que já adquire os produtos da agricultura familiar, está sendo vinculado o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que garantirá, por sua vez, a compra e doação simultânea das manivas-sementes produzidas pelos agricultores familiares”, complementou Paixão.

Fonte: Assimp/EBDA

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