Agro
Oeste da Bahia busca melhorias na estrutura portuária do Estado
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Por: Rassana Milcent
Com o objetivo de discutir o escoamento da safra 2013/14, foi realizado, na última sexta-feira (30), o Workshop sobre Logística Portuária, no Oeste da Bahia, maior polo produtor de grãos do Nordeste do Brasil. Estiveram reunidos produtores, autoridades, representantes do setor portuário e tradings, que debateram sobre a situação dos portos da Bahia, ações para torná-los mais competitivos, situação do Porto Sul e o novo marco regulatório dos portos.
O presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato, abriu o evento falando sobre uma viagem que fez aos Estados Unidos, há 16 anos, para aprender mais sobre a cultura do algodão. Lá, soube que o produto produzido demorava 15 dias para chegar à Ásia, sendo transportado por trens e navios. Enquanto que o algodão do Oeste da Bahia demora de 90 a 120 dias para chegar ao mesmo destino.
“O algodão produzido no oeste da Bahia é colocado em uma carreta que percorre 2.000 km até chegar em um porto cheio de problemas como é o de Santos. Nosso algodão acaba chegando na Ásia todo sujo e com os arames quebrados. Essa logística precisa mudar”, afirmou Júlio Cézar Busato.
A presidente da Abapa, Isabel da Cunha, falou sobre a falta de opção de portos na Bahia para escoar a produção de algodão: “Infelizmente, não é opção do produtor escolher por onde exportar seu algodão. Precisamos de uma boa estrutura portuária, pois dependemos do trabalho das tradings, dos armadores, de rotas de exportação e do aumento da capacidade de armazenagem. Todos esses fatores condicionam o produtor a exportar pelo Porto de Santos e precisamos ter isso também na Bahia”. Segundo ela, melhorar a logística será fundamental para a redução dos custos de produção, aumento da competitividade, criação de novos polos de desenvolvimento no Estado da Bahia, viabilização do aumento da área plantada e, consequentemente, a geração de mais empregos.
No Brasil, a logística de transporte se baseia nas rodovias que operam no limite de suas capacidades. O sistema ferroviário está sucateado, com a exceção de pequenos trechos destinados à mineração. Dos 130 registros na ANTAQ para a instalação de novos terminais portuários no país, apenas 45 são voltados para o transbordo de cargas. Esses dados foram apresentados pelo secretário estadual da Indústria Naval e Portuária, Carlos Costa, que reconheceu a deficiência da infraestrutura portuária da Bahia, mas detalhou todo o esforço que vem sendo feito para modernização dos portos do Estado. “ A Bahia é responsável por mais da metade de tudo que o Nordeste do país exporta. 96% do que entra e sai do Estado é feito através dos portos. Assim, o problema de acesso ao Porto de Salvador será resolvido, em breve, com a conclusão da Via Expressa Portuária que ligará a BR-324 diretamente ao porto. Em Ilhéus, a dragagem do porto para aumento da calagem já recebeu a licença ambiental. Estamos preocupados com a segurança nos terminais”, disse Carlos Costa. Na ocasião, o secretário anunciou, para o mês de setembro, o início do trabalho de dragagem de um trecho do Rio São Francisco, o que vai permitir que parte da produção de grãos do Oeste da Bahia, siga de barco até Juazeiro e de lá para outros estados do Nordeste.
O diretor de Gestão Comercial e Desenvolvimento da Companhia de Docas do Estado da Bahia (Codeba), Carlos Tramm, relatou a dificuldade que enfrentou para aumentar a dragagem do Porto de Ilhéus. “ Levamos um ano e meio para obter a licença para realizar o trabalho de dragagem. Diante da demora, foi necessário realizar nova licitação. Somente o custo do projeto para levantar os riscos ambientais custou quase que o mesmo valor da dragagem.”, explicou Tramm.
Também participaram do evento a supervisora Comercial de Exportação e Cabotagem do grupo Tecom, Júlio Lomanto e o gerente de Operações do Porto de Cotegipe, George Gaspari dos Santos, que apresentaram a estrutura e ações das empresas privadas onde trabalham.
O coordenador de logística da Cibrafértil, Mário Zandonai, reclamou da falta de estrutura do Porto de Aratu. “Um navio demora 26 dias para atracar ao custo diário de R$ 26 mil. São poucos os equipamentos para descarregar as embarcações. As dificuldades são tantas, que levam o produtor do Oeste da Bahia a comprar fertilizante fora do Estado”, destacou. Representando a Nidera, Rodrigo Novaes falou sobre a dificuldade de exportar carga no período do pico de safra ( maio e abril). “ Para fazer nosso primeiro carregamento de milho pelo Porto de Cotegipe, demoramos 20 dias para carregar o navio. Faltam caminhões e o custo de armazenagem é alto ”, disse Rodrigo Novaes.
Membro do Conselho Técnico da Aiba, o economista Raimundo Santos, questionou sobre qual é a estrutura portuária que a Bahia precisa para escoar a safra 2013/2014. “ Vamos produzir 2,5 milhões de toneladas a mais que no ano passado e como vamos fazer para escoar esta produção? É preciso que o governo e a iniciativa privada estejam atentos ao grave problema de logística que a Bahia e todo o país enfrentam. Eles precisam se mobilizar e investir em melhorias não só nos portos como também em outros modais como as hidrovias”, afirmou Santos.
Encerrando o Workshop sobre Logística Portuária, o presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato, disponibilizou a Associação para articular e intermediar ações entre governo, produtores, tradings e empresários do setor portuário que levem a soluções para o problema de infraestrutura logística. Ficou definido que, em setembro, haverá uma visita aos portos de Salvador para elaboração de uma pauta de reivindicações que será levada o governo federal pela Aiba.
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