Futuro e desafios da cotonicultura sob a visão de Júlio Busato
Em cenário marcado pela retração da indústria têxtil nacional, os desafios estão sempre surgindo para quem trabalha com uma cultura que tem custos elevados de produção
O Brasil vem se tornando um dos principais produtores mundiais de algodão. A cultura e o mercado de uma das mais importantes commodities brasileiras avançam, mas os desafios aumentam. Em entrevista ao Falabarreiras, o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), Júlio Cézar Busato, elenca perspectivas e desafios para essa cultura.
De acordo com Júlio, a cada ano a produtividade é ampliada ainda mais, com melhores processos e uso de tecnologia, produzindo mais e, consequentemente, exportando mais. O setor movimenta a economia e gera empregos e renda. Em um cenário de crescimento constante, as promessas são boas para a cadeia produtiva.
Sobre o que justifica o crescimento do setor enfatizou que os produtores investiram e que o Brasil tem hoje uma das melhores médias mundiais de produtividade de algodão entre produção e área plantada. Busato falou que a cotonicultura deu um salto de qualidade nas últimas décadas e se tecnificou para fazer frente aos desafios da produtividade, trazendo uma infinidade de recursos que permitem ao cotonicultor produzir mais com menores custos e impactos possíveis, mantendo o algodão competitivo no mercado internacional.
Destacou ainda que apesar do país ter grande potencial para aumentar a área de produção, a deficiência da infraestrutura de transportes e o baixo desempenho logístico, são considerados como verdadeiros gargalos, pois aumentam os custos impactando significativamente na rentabilidade, além de dificultar a comercialização por conta dos preços perderem competitividade. Ressaltou que embora existam esforços governamentais para desenvolvê-los, com a criação da Fiol, ainda não há uma solução em curto prazo para esses problemas.