Estados produtores unem forças contra Monilíase, a ameaça ao Cultivo de Cacau

Membros-chave da agricultura dos estados produtores de cacau reunidos em Salvador para discutir medidas protetivas contra a monilíase | Foto: Divulgação

Os principais secretários da Agricultura dos estados da Bahia, Pará e Espírito Santo, representando mais de 97% da produção nacional de cacau, encontraram-se em Salvador no dia 16/10. Seu principal objetivo? Traçar um plano de defesa contra a monilíase do cacaueiro, uma doença que ameaça seriamente o setor que movimenta anualmente R$ 23 bilhões e sustenta mais de 100 mil famílias da agricultura familiar.

Este fungo, identificado como Moniliophthora roreri, ataca os frutos do cacaueiro em qualquer etapa de seu crescimento e tem potencial para devastar até 100% da colheita. Wallison Tum, secretário da Agricultura da Bahia, reforçou a ideia de que “não se trata apenas do cacau da Bahia ou do Pará, mas do cacau brasileiro como um todo”.

Durante a reunião, foi redigida e assinada uma carta direcionada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Nela, os líderes pedem apoio para estabelecer medidas de monitoramento e combate à doença. Foi também assinado um protocolo com a intenção de estabelecer um alinhamento de ações entre os estados para manter a monilíase distante das lavouras.

Outro ponto fundamental da carta é a ênfase na criação de barreiras sanitárias, fortalecimento de laboratórios para diagnóstico precoce e investimento em pesquisa para desenvolver mudas resistentes. Enio Bergoli, secretário da Agricultura do Espírito Santo, destacou a importância da ação conjunta, lembrando da crise anterior da vassoura de bruxa e do impacto devastador que teve na região.

A cooperação entre estados também foi reforçada pelo secretário da Agricultura do Pará, Giovanny Queiroz, que sublinhou a prevenção como a melhor estratégia de combate ao fungo.

Além dos secretários, a reunião contou com a participação de representantes de diversas entidades ligadas à produção e defesa agropecuária, reafirmando a importância unificada deste movimento contra a monilíase.