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Abrapa lança livro sobre história da cotonicultura do Brasil

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Em pouco mais de duas décadas, a cotonicultura brasileira foi de 800 mil a 3,3 milhões de toneladas de pluma, e o País se tornou o segundo maior fornecedor mundial desta matéria-prima, que mantém, através dos séculos, sua importância na base da indústria têxtil global. Se o feito por si só já impressiona, ele ganha ainda mais relevância quando se considera que, apenas poucos anos antes da virada deste milênio, a produção de algodão no Brasil quase foi extinta, tanto por causa de uma praga, o bicudo-do-algodoeiro, quanto em função das várias políticas econômicas e da inflação galopante que castigou o País, nos anos 80 e 90 do século passado. Para explicar esta grande virada e contar a saga do algodão no Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) lançará, no dia 07 de dezembro, o livro comemorativo dos 20 anos da entidade, “Algodão: o fio da história no Brasil”.

O livro foi escrito pela jornalista Catarina Guedes, com prefácio do economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. A ideia de elaborá-lo surgiu em 2020, durante a gestão do ex-presidente da entidade, Milton Garbúgio, como um meio de tornar conhecida não apenas a trajetória do algodão no Brasil, mas a estreita relação entre o sucesso desta atividade, após a criação da Abrapa, em 1999, e das suas estaduais. O livro foi concluído em 2022, na gestão do atual presidente, Júlio Cézar Busato.

“O algodão brasileiro é motivo de orgulho para nosso País, pela sustentabilidade, volume, qualidade e muitos outros fatores, mas nada disso veio de graça. Éramos uma origem desacreditada na produção de pluma e tivemos de nos reinventar, com união e coragem, até mesmo para enfrentar os grandes e poderosos Estados Unidos na OMC. Por reinventar, entenda-se, traçar estratégias e seguir o plano”, diz Garbúgio, referindo à emblemática vitória do País no chamado Contencioso do Algodão, disputa entre Brasil e EUA no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), que se estendeu entre os anos de 2002 e 2010, e que possibilitou o investimento maciço dos recursos na modernização da cotonicultura nacional.

Para Júlio Busato, que conclui seu mandato de presidente, neste mês de dezembro, preservar a memória da produção de algodão no Brasil é fundamental e desafiador. “Principalmente, porque esta é uma história aberta, que ainda está sendo contada e que nós esperamos que jamais se conclua. Os personagens estão vivos e ativos, e a terceira geração dos desbravadores já começa a assumir o bastão. Ao mesmo tempo, temos pessoas como o ex-presidente da Abrapa, Jorge Maeda, que viveu os dois momentos da cotonicultura brasileira, antes e após a migração para o cerrado, e ele pôde contar o que viu e ainda vê na atividade”, disse Busato, que acredita que, em muito breve, o País suplantará seu principal concorrente na disputa global, os Estados Unidos, no topo do ranking dos maiores exportadores.

O livro “Algodão – O fio da história no Brasil” é dividido em duas partes. A primeira, remonta a tempos anteriores à chegada dos europeus à “nova terra”, no século XVI, e a segunda tem como divisor de águas o início das experiências com o algodão, empreendidas pelo famoso empresário Olacyr de Moraes, que introduziu estudos numa de suas fazendas, no estado de Mato Grosso, a partir de 1998. Ainda na segunda parte, é possível conhecer em detalhes os programas da Abrapa e os marcos históricos da instituição, desde a sua fundação. A história é contada como uma narrativa literária, com linguagem fácil e agradável de ler.  Ao final do livro, artigos de todos os ex-presidentes da Abrapa dão o ponto de vista de quem já comandou a instituição e acompanhou de perto seus desafios e êxitos.

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