Filmes e Séries
CINEMA:
Filme “Genocídio e Movimentos” denuncia o extermínio do povo negro no Brasil
Selecionado para a Competitiva Baiana do XVII Panorama Internacional Coisa de Cinema, o longa-metragem estreia no festival em duas sessões…
Marcha do Movimento REAJA | Foto: divulgação
Gravado entre 2008 e 2016, em Salvador e no Rio de Janeiro, o filme longa-metragem “Genocídio e Movimentos” (Produtora Couro de Rato) terá sua primeira sessão este sábado (04), às 17h40, seguida de debate com os diretores, e a outra no domingo (05), às 13h20, ambas na sala 1 do Cine Metha – Glauber Rocha.
TRAILER Genocídio e Movimentos:
O documentário tem direção coletiva de Andreia Beatriz, Hamilton Borges dos Santos e Luis Carlos de Alencar. A história parte do entrelace do processo criativo da performance solo do ator Gustavo Melo (intitulada “Eminência de destruição do corpo negro”) com a vida real, para refletir e debater o genocídio racial, denunciando o projeto político de extermínio da população negra no Brasil. E logo em sua abertura dispara um trecho de uma poesia de Luís Carlos: “A modernidade é a história da desgraça, entoada por um cortejo de cadáveres sobre o pavilhão do progresso”.
“Genocídio e Movimentos é um relato sobre a vida de pessoas pretas, do povo preto, num contexto de lutas e enfrentamentos ao processo contínuo de negação da humanidade preta, que se manifesta em práticas, políticas e projetos de exclusão, vulnerabilização e mortes que se renovam ciclicamente ao longo do tempo. “No contexto do genocídio do povo negro, temos a luta das mulheres pretas, cujas práticas de enfrentamento são fundamentais para a organização da nossa sobrevivência e se revelam em vozes, falas, gritos de dor e também de chamamentos a luta”, define Andreia Beatriz, que também é médica, professora da UEFS e coordenadora política da organização política “Reaja ou será morta, Reaja ou será morto (REAJA)”.
E é nesse percurso, entre o processo de montagem do solo, da militância de movimentos sociais e de lutas e protestos de comunidades e lideranças negras, que diversos encontros e discussões com artistas, como diretor Joel Zito Araújo e o ator Hilton Cobra, além de ativistas como a socióloga Vilma Reis e Hamilton Borges (diretor do filme e idealizador da REAJA) que o enredo vai sendo tecido, incorporando fatos e problemáticas sociais urgentes, como as diversas chacinas que ocorrem no Brasil, a exemplo da chacina do Cabula, em 2015, que exterminou 12 jovens, entre 16 e 27 anos, durante uma operação policial.
“Um filme com múltiplas autorias, que foi se fazendo a cada caminho trilhado pelos espaços racialmente apartados de Salvador, os territórios pretos controlados, os cemitérios dos vivos, esvaziados de direitos, solapados pela desesperança e pelo terror do Estado”, revela Hamilton Borges.
Como bem explica o diretor Luís Carlos de Alencar, o projeto teve início em 2007 abordando o tema dos grupos de extermínio na Bahia, que liderava o ranking brasileiro de execuções sumárias. Num encontro com Hamilton Borges se consolidou “a necessidade de perceber a cor dos mortos e de uma complexa dinâmica de poder baseada na exploração e no sofrimento do povo negro”. E continua: “O contato com Andreia por sua vez fez entender a percepção da mulher negra como principal alvo do projeto de genocídio e, por outro lado, como força vital para a construção da resistência”.
Assim, num processo coletivo e colaborativo, o filme “Genocídio e Movimentos” se reveste num corpo vivo, contemporâneo e muito potente, em que movimentos e narrativas formam uma simbiose, um painel crítico e contundente dos muitos massacres cotidianos do povo negro.
Seja integrante de nossos grupos de WhatsApp!
Falabarreiras Notícias 01
Falabarreiras Notícias 02
Falabarreiras Notícias 20
Falabarreiras Notícias 42
Falabarreiras Notícias 43
Falabarreiras Notícias 44
Falabarreiras Emprego 01
Falabarreiras Emprego 15
Falabarreiras Emprego 16
Falabarreiras Emprego 17
Falabarreiras Emprego 18